A Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) não estava preparada para atender a demanda de perícias em celulares apreendidos em Mato Grosso do Sul. Como consequência do alto volume de apreensões de drogas neste ano, que já chega a 615 toneladas, a necessidade de extração de dados de aparelhos telefônicos de traficantes cresceu na mesma proporção, sobrecarregando o Instituto de Criminalística, unidade da Coordenadoria-Geral de Perícias.
Tanto que a perícia chegou a solicitar dilação de prazo de 372 dias para realizar análise nos celulares apreendidos envolvendo o homicídio do motoentregador Emerson Salles Silva, de 33 anos, ocorrido no dia 13 de agosto, em Campo Grande. O perito responsável alegou que existe apenas um equipamento disponível para todo o Estado.
O dispositivo tem uma capacidade média de extração de dados de dois celulares por dia e até então havia pelo menos 267 aparelhos na fila, todos envolvendo casos de urgência, flagrantes e com réus presos. Com isso, a demora em analisar os aparelhos acarreta também em morosidade no desfecho dos casos.
Por meio da assessoria de imprensa, a Sejusp alegou que o problema é reflexo do combate ao tráfico. Ou seja, para chegar aos grandes distribuidores de droga, é preciso analisar o conteúdo dos celulares das ‘mulas’ presas diariamente.
Por este motivo, há acúmulo de laudos, até porque as extrações de dados de celulares, feitas mediante requisição judicial, são exames periciais minuciosos que demandam tempo para análise aprofundada das informações armazenadas nos aparelhos, que estão cada vez mais modernos.
“Para agilizar as perícias criminais em telefones celulares, a Sejusp já deu início a processo para aquisição de mais dois equipamentos de extração de dados”, disse a Sejusp em nota..
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