Três bairros de Campo Grande apareceram no LIRAa (Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti) mais recente como um dos que mais tiveram surgimento de casos de dengue neste ano, conforme a SES (Secretaria Estadual de Saúde). Quem vive no Tiradentes, Nova Lima e Vila Nasser acredita que a pandemia pode ter desviado a atenção para a doença em MS, mas há quem diga que problema seria o mesmo, independente do surto viral no Estado.
Para Rosenir Martins, de 43 anos, não resta dúvidas que os moradores do Tiradentes se esqueceram dos riscos da dengue ao voltarem a atenção para a Covid-19. “Tem muita gente que se cuida, mas a maioria não tem os cuidados que tem que ter nos terrenos. O povo está focado em coronavírus e esquece da dengue”, comentou.
Morador do bairro União, Vanderlei Carvalho, de 59 anos, estava conhecendo a Lagoa Itatiaia pela primeira vez nesta terça-feira (3) e comentou que o grande problema é a falta de atenção para a doença que anualmente causa problemas na Saúde em MS.
“O povo não está cuidando, tem muitos terrenos sujos. Estão cuidando mais do coronavírus e esqueceram a dengue. Não é brincadeira o tanto de latas acumulando água na rua”, exemplificou o aposentado.
No entanto, o microempreendedor Claudemir dos Santos, de 40 anos, comenta que a situação seria a mesma independente da pandemia. “É descuido das pessoas. Minha casa é bem cuidada e acho que não tem relação com a pandemia. As pessoas que não ligam mesmo. Todos os anos é a mesma coisa”, afirmou.
Terrenos sujos
Nas proximidades da UBS São Francisco, no bairro Nova Lima, os terrenos baldios e descuido chamam a atenção dos moradores que procuram cuidar do próprio terreno. Angelina de Arruda, de 51 anos, diz que as pessoas ‘são relaxadas’ e não se importam com a doença.
“O povo não está se cuidando, principalmente na rua. Por mais que avisem, que alertem, não tem jeito. É puro relaxismo”, pontuou. A moradora comenta que vive em um condomínio e evitar ter até plantas em vasos para não acumular água.
O amontoado de lixo do vizinho acabou causando a transmissão da dengue em Célia Santos, de 38 anos. A vendedora comenta que em 2019 ficou doente e acredita que o mosquito transmissor veio da casa ao lado da dela.
“As pessoas não têm noção. Perto da minha casa param com caroça para jogar lixo em um terreno baldio. Já denunciamos. Ano passado eu peguei dengue justamente por causa de lixo do meu vizinho que tinha o quintal muito sujo”, pontuou.
Surto de dengue nas famílias
Também no Nova Lima, Erlina Severina, de 57 anos, disse que em sua casa todos chegaram a ficar doentes. “Minha filha pegou dengue três vezes, minhas netas e eu. Tem moradores que cuidam do terreno, mas tem uns que não. E assim vai”, contou à reportagem.
Perto da UBS da Vila Nasser, região onde mora Fabiana Tenório, os casos de dengue também foram pontuadas no balanço da SES. A moradora diz que há muita sujeira no bairro e além dela, o filho pequeno já contraiu a dengue três vezes.
“Descuidaram. O povo está só pensando em coronavírus e esqueceram das outras doenças. Há três anos atrás quando nos mudaram, tinha uma obra parada que foi retomada, e vivia cheia de mosquito. Em frente de casa tem um terreno baldio e muitas pessoas jogam lixo. As pessoas sabem, jogam lixo de preguiça”, disse.
Fonte: Mídia Max.
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