Robson Jorge da Silva, de 32 anos, foi executado a tiros na manhã desta quinta-feira (10), quando saía da Casa do Albergado para trabalhar. O crime se assemelha a outros três casos registrados em Campo Grande nas últimas duas semanas – envolvendo presos ou ex-presidiários. Os assassinatos podem ter ligação com a disputa do PCC (Primeiro Comando da Capital) pelo tráfico de drogas em Mato Grosso do Sul. No entanto, a Polícia Civil não forneceu informações sobre as linhas de investigação e mantém as apurações em sigilo.
O primeiro assassinato aconteceu no dia 30 de novembro, quando Juliano Pereira, de 42 anos, conhecido como “JP”, foi assassinado com mais de 10 tiros na frente do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, onde cumpria pena por homicídio, roubo e tráfico de drogas. O crime estaria relacionado à guerra na fronteira.
O autor teria utilizado duas armas para matar Juliano, uma pistola 9 milímetros e um revólver .40. A ordem teria partido da cúpula da facção criminosa, ordenando mortes a todos familiares e pessoas ligadas a Fahd Jamil e Jorge Rafaat, assassinado em 2016. Juliano, a princípio, seria um sobrinho de consideração de Rafaat.
No entanto, de acordo com as informações apuradas pelo Jornal Midiamax, a ordem do PCC é para que sejam executados aqueles ligados a tais famílias, menos mulheres e crianças. Na última semana, homens ligados a Fahd foram assassinados e enterrados no Paraguai, o que teria sinalizado uma nova disputa pela fronteira.
O segundo assassinato aconteceu dois dias depois à morte de Juliano. Edilson Rodrigues dos Anjos, 31 anos, também foi assassinado com um tiro. Testemunhas relataram que o rapaz havia saído do presídio, parou por alguns instantes no ponto de ônibus em frente à unidade penal e depois foi até uma conveniência do outro lado da rua, pedir informações. Ao sair do estabelecimento, foi atingido por disparo no abdômen. O suspeito estava em uma caminhonete branca e fugiu logo em seguida.
Edilson Rodrigues já havia sido preso em setembro por roubar R$ 30 mil em Ponta Porã, fronteira com o Paraguai.
Já na última terça-feira (08), Marlon Ricardo da Silva Diarte, de 37 anos, foi morto com vários tiros em frente a um bar, localizado no Núcleo Industrial de Campo Grande. O autor dos tiros fugiu em uma motocicleta. Marlon cumpria pena em regime semiaberto no Centro Penal Agroindustrial da Gameleira por tráfico de drogas, mas havia fugido. Ainda na manhã de terça, o empresário da madeireira conveniada já havia notificado a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) sobre o interno, que saiu para trabalhar e evadiu-se.
Marlon foi alvo da Operação Leviatã, deflagrada pela PF (Polícia Federal) em maio de 2012 e contra ele havia um mandado de prisão temporária. As investigações apontaram que ele fazia parte da cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital) chamada de Sintonia Paraguaia, responsável por articular os contatos da facção criminosa no transporte de drogas do país vizinho.
O último assassinato foi registrado na manhã desta quinta-feira (10). Robson Jorge da Silva, de 32 anos, foi atingido por quatro tiros na cabeça e quatro no tórax, no momento em que saía da Casa do Albergado em Campo Grande – presídio de regime aberto. Robson já tinha sido vítima de atentado em 2014. Ele cumpria pena por tráfico de drogas.
Familiares relataram que ele não teria rixas, mas o caso é investigado. Ainda segundo o delegado, Robson foi condenado por tráfico em 2016 e há uma semana teve progressão para o regime aberto. Ele cumpriria mais três meses até ser liberado.
Fonte: Jornal da Nova.
Comentários