Levantamento divulgado pelo Instituto FSB Pesquisa mostra que o país enfrenta uma nova crescente do número de casos da Covid 19. O levantamento indica que a média móvel de novos casos da doença está em 48,1 mil, alta de 65,2% em relação a novembro, um crescimento, que está diretamente ligado à disparada pela procura pelos testes para detecção do vírus.
Além disso, o balanço aponta ainda que o país atingiu patamar recorde de novos casos e este pode ser o indicativo do que pode acontecer também com o número de mortes nas próximas semanas. “Isso porque o crescimento do índice de casos diagnosticados antecipa o aumento das internações e, consequentemente, de vítimas fatais da doença. Para se ter uma ideia, a média móvel de casos cresce há exatos 46 dias. E há quase 50 dias a média móvel de mortes cresce de forma acelerada”, explica Marcelo Tokarski, sócio-diretor do Instituto FSB Pesquisa e da FSB Inteligência.
Os índices atuais sobre os diagnósticos e internações de pacientes graves projetam um janeiro difícil, aponta. “A média móvel de mortes se aproximando rapidamente de 1.000 óbitos todos os dias, e falta de uma perspectiva que esse ritmo possa perder força nos leva a um cenário de pandemia delicado. Ainda temos os números do Datafolha que mostram que nunca foi tão baixo o nível de adesão dos brasileiros ao isolamento social”, destaca Tokarski, falando do percentual de pessoas que dizem estar saindo de casa para trabalhar ou para lazer aumentou de um terço da população para 54% agora em dezembro. Ao passo que a quantidade de pessoas saindo de casa apenas quando é inevitável caiu de metade da população para cerca de um terço (ou 34%).
A média móvel de mortes, que em 11 de novembro recuou para 323/dia, atingiu na última terça-feira, dia 22 de dezembro, o patamar de 780. Nesses pouco mais de 40 dias, o crescimento no número diário médio de mortes por covid-19 saltou 141,5%. O atual patamar é o mais alto de 16 de setembro, quando a média móvel era de 795 óbitos/dia.
Preocupadas, autoridades de saúde reiteram os alertas de manter o distanciamento social e ainda evitar aglomerações. “Estamos em um momento delicado. As pessoas estiveram isoladas e agora sentem essa necessidade de reencontrar amigos e parentes para se confraternizar, mas com os números de casos crescendo diariamente não é oportuno agendar reuniões, encontros. Nós, médicos, sabemos como isso faz bem para a saúde física e mental, mas a realidade atual exige cuidado e atenção”, alerta o médico, Alex Galoro, Médico Patologista e Gestor do Grupo Sabin Medicina Diagnóstica em Campinas.
Outra observação do especialista é que houve uma disparada no número de pessoas procurando pelos testes. “Aqui em Campinas, por exemplo, nos 20 primeiros dias deste mês, a procura por testes superou os números de todo o mês outubro. Em 20 dias, foram mais de 1.641 exames e a nossa projeção é que até o final do mês esse percentual de alta chegue a 122% em comparação com novembro”, enumera o médico. Galoro destaca também que “hoje temos diversas opções de testes, mas é necessário observar caso a caso. Um teste viral PCR com resultado negativo, por exemplo, não exclui a possibilidade de um paciente estar infectado. Há momentos da infecção que podem mudar de um dia para o outro. Uma carga viral que não foi detectada num dia pode aumentar no dia seguinte e passa a ser”, detalha.
“A decisão sobre participar ou não de reuniões, eventos, confraternizações é muito pessoal. O que não se pode é achar que não oferece risco por conta de um PCR negativo ou um IGG positivo, o teste que mostra que a pessoa já teve a doença e já tem anticorpos contra ela”, explica. Galoro detalha ainda que mesmo com casos isolados de reinfecção, as autoridades ainda não podem afirmar que quem já teve covid-19 está seguro para abandonar os cuidados de prevenção com a saúde.
O médico pontua as principais diferenças dos testes oferecidos e destaca e eficiência de cada um deles. “A principal diferença entre os testes está no momento de detecção. A princípio, o PCR pode diagnosticar precocemente a doença, porque já aponta a presença do vírus no início dos sintomas. Há ainda os testes que detectam anticorpos, que são indicados para estágios mais avançados da doença, ou seja, deve ser feito após 7 ou mais dias de sintomas”, esclarece.
Galoro observa ainda que o tempo de demora para o resultado varia de acordo com o exame feito. “O teste de PCR envolve procedimentos que podem levar horas, dependendo das ferramentas e procedimentos adotados. O que podemos afirmar é que o teste molecular, PCR, é considerado o mais preciso é o indicado pela OMS como definidor para diagnóstico preciso”, aponta. “Há também um grande risco sobre falsos negativos em resultados dos testes rápidos que detectam imunoglobulinas (IgG e IgM) e a interpretação que se pode ter deles. Para a estratégia de testagem e diagnóstico precoce eles não fornecem as respostas necessárias”, afirma.
Fonte: MS Notícias.
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