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Em Audiência, entidades relatam perdas com intervenção na UFGD

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Entidades ligadas a UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) relataram as perdas com a intervenção da instituição que já dura quase dois anos e pediram apoio a bancada política de Mato Grosso do Sul solicitando a manifestação em respeito a lista tríplice, pela nomeação do reitor Etienne Biasotto e a vice, Claudia Lima. Os fatos foram expostos durante Audiência Pública proposta pelo vereador Elias Ishy, na terça-feira, dia 02 de março.
O professor Fabiano Coelho, representante do Sindicato dos Professores da ADUFD (AdufDourados), apontou que quando se fala na universidade, também está se falando do Hospital Universitário, referência a, pelo menos, 30 municípios no Cone Sul do Estado, por isso o tema envolve, somado a população local, a aproximadamente um milhão de pessoas. Ele lembra que a intervenção gera instabilidade e descredibilidade diante não só da saúde, como dos projetos de ensino, pesquisa, extensão e cultura, pela prestação de serviços à sociedade. Segundo fala, a UFGD tem um compromisso social e com o desenvolvimento da região. “E eles [os interventores] não têm projeto. Todos nós perdemos”, afirma.
Andressa Casari, do Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais (Sintef Dourados), explica que a intervenção provocou a abertura de inúmeros processos administrativos, sindicâncias, perseguições e assédio aos trabalhadores e trabalhadoras. “De um lugar de prazer ao adoecimento dos profissionais pela falta de diálogo, já que não se respeitava nem as decisões de reuniões ou instâncias deliberativas, aprofundando a crise com as condições de trabalho durante a pandemia”, relata.
De 2019 para cá, a Associação dos Pós-graduandos da UFGD (APG-UFGD) demonstrou que os cortes se intensificaram, assim como o silêncio da reitoria pró-tempore. O representante da entidade, Rodrigo Bernardes, entende que aumentou a burocratização para a participação dos estudantes nos Conselhos e Câmara de ensino, o que resultou na aprovação de pautas contrárias à comunidade acadêmica. “A pró-reitoria nem sequer realizou ou divulgou um levantamento para determinar os impactos dos cortes na UFGD e a estimativa é de mais de 50 bolsas perdidas. Fora os retrocessos com as poíticas afirmativas a negros, indígenas e pessoas com deficiência”, diz ele.
O acadêmico de pedagogia, Jonas Melo, do Diretório Central dos e das Estudantes da UFGD (DCE-UFG), abordou as condições relacionadas ao ensino remoto nas condições de desigualdades sociais durante a pandemia, considerando o Regime Acadêmico Emergencial uma “tragédia”. Ele também lembrou o corte do Governo Federal quanto aos R$5 milhões na Assistência Estudantil. “Não temos nada empenhado para a inclusão digital dos estudantes e muitos enfrentam a situação de vulnerabilidade social, sem computador ou internet. O que está sendo feito?”, indaga.
O vereador Ishy relembrou que a UFGD não é só das suas organizações. “Ela é do povo e para cumprir os objetivos deve ser democrática, por isso a sociedade precisa conhecer o processo e saber a injustiça que está acontecendo”, enfatizou. Participaram presencialmente do evento os vereadores Jânio Miguel, Olavo Sul e Juscelino Cabral e online, a vereadora Daniela Hall.
Como encaminhamento, será elaborado um documento a toda a bancada política de MS com o pedido para que a força política do Estado interfira junto ao Governo Federal e para que os representantes se manifestem sobre o assunto,  cobrando o posicionamento público no sentido de afirmar a importância da redemocratização da UFGD, a começar pelo prefeito e pela Câmara Municipal.
Ishy lembrou ainda que o prefeito de Dourados, Alan Guedes, assumiu o compromisso com a Comissão liderada pelo professor Etienne, para intermediar uma reunião com o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, que visitará a cidade no dia 08 de março. Além disso, será enviado um ofício ao reitor pró-tempore, questionando as ações que estão sendo adotadas pela atual administração para agilizar a indicação do reitor legitimamente eleito pela comunidade acadêmica e, assim, o retorno à normalidade institucional.
 
Fonte: Dourados News.

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