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MHz vs MT/s: entenda as unidades de velocidade de memória RAM

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MHz vs MT/s: entenda as unidades de velocidade de memória RAM

Desde o nascimento das memórias RAM como as conhecemos atualmente, suas velocidades de operação foram medidas utilizando a unidade de Megahertz (MHz), o equivalente a milhões de pulsos por segundo. Em 2021, um número considerável de fabricantes e de veículos especializados resolveu rever esse conceito e passou então a adotar os Megatransfers (MT/s), ou milhões de transferências por segundo.

A medida causou confusão a princípio, por não ter uma explicação amplamente divulgada, mas tem forte embasamento. Além de representar de maneira mais precisa a operação dos módulos de RAM modernos, os MT/s preparam terreno para o futuro da tecnologia das memórias randômicas, desvinculando a medida de velocidade dos pulsos de clock e da largura de banda.

Nos primórdios das memórias RAM, utilizava-se módulos hoje identificados pelo termo Single Data Rate (SDR) — a cada pulso de clock realizado pelo componente, um pacote de informação de 8 bytes era enviado. Dessa maneira, tanto a frequência de comunicação com a CPU quanto a quantidade de dados transferidos eram intimamente ligadas, o que levou ao uso dos MHz como unidade de medida para ambas.

No início dos anos 2000, foi então iniciada a implementação dos módulos Double Data Rate (DDR) que, como o nome sugere, aumentou a quantidade de dados transferidos por pulso de clock — agora, dois pacotes de 8 bytes são enviados, um no início do pulso e outro no final. Isso causou um desencontro entre a frequência de comunicação e a taxa de envio dos dados.

Um kit de memórias DDR4-3200, por exemplo, tem frequência de comunicação com a CPU de 1.600 MHz, ou seja, 1.600.000.000 pulsos de clock por segundo. No entanto, com o envio de dois pacotes, a taxa de transferência de dados seria, na verdade, dobrada. Dessa maneira, decidiu-se manter o uso dos MHz, mas com o valor dobrado para representar a quantidade máxima de informações enviadas, o que nos leva aos 3.200 MHz difundidos pela empresas.

Apesar de ter se popularizado com o tempo, a decisão ignorou as inconsistências entre o clock real das memórias e as taxas de transferência, gerando dúvidas desde então. A situação começou a mudar com a adoção dos MT/s.

Os Megatransfers por segundo (MT/s) visam resolver os desencontros ao se referir especificamente à quantidade de pacotes de dados enviados, desvinculando-os dessa maneira da frequência de pulsos de comunicação com o processador, bem como da largura de banda, por ser um termo mais “genérico”.

A mudança não apenas é mais precisa, por representar especificamente o número de transferências realizadas, como evita que eventuais aumentos na quantidade de pacotes de dados enviados não sejam mais vinculados erroneamente à frequência.

Dito isso, ainda deve ser comum encontrar memórias cujas taxas de transferência serão representadas por MHz — um número significativo de fabricantes, incluindo marcas renomadas como Kingston e MSI, ainda devem permanecer utilizando a antiga unidade. Seu uso não é exatamente incorreto, especialmente considerando o histórico, mas é tecnicamente equivocado, e deve começar a ser substituído vagarosamente no decorrer dos próximos anos.

Vale dobrar a atenção na hora de buscar informações sobre as memórias — os MT/s representam assim, corretamente, a quantidade de informações enviadas pelos módulos de RAM, taxa antes representada pelos MHz, que deve agora se manter fiel ao sentido correto, passando assim a representar o número de pulsos de clock por segundo emitidos pelas memórias para se comunicar com a CPU.

Fonte: Kingston

Fonte: Canaltech

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