Alibaba e Tencent anunciam demissões em massa na China
Em um nítido sinal contrário à repressão regulatória enfrentada na China, o Alibaba Group e a Tencent Holdings preparam uma das maiores demissões da história. Apesar dos números ainda não terem sido divulgados, acredita-se que somente no Alibaba serão cortados dezenas de milhares de postos de trabalho, o que pode reduzir cerca de 15% de seus funcionários, porcentagem que corresponde a 39 mil colaboradores, segundo uma fonte ouvida pela Reuters.
A Tencent é proprietária do aplicativo de mensagens líder na China, o WeChat, e prevê também um corte entre 10% e 15% de sua força de trabalho, o que inclui a unidade de supervisão de negócios, como streaming de vídeo e pesquisa. Tratam-se das primeiras grandes demissões desde que os reguladores chineses lançaram uma campanha sem precedentes contra os gigantes da internet do país, iniciada há um ano e meio.
Além da repressão regulatória, a economia da China está em desaceleração, com impacto negativo nas vendas, influenciando na queda das ações e redução na previsão de expansão dos negócios.
Por isso, a Tencent e a Alibaba foram forçadas a cortar custos operacionais. Muitas demissões já começaram, no mês passado, e o negócio de entrega de alimentos Ele.me, do Alibaba, pretende demitir até 25% dos funcionários.
Desde o início do ano passado, as ações das empresas já caíram mais de 60%. Fora isso, o fundador da Alibaba, o bilionário Jack Ma já criticou publicamente o sistema regulatório da China, o que levou a empresa a arcar com uma multa recorde de US$ 2,8 bilhões.
O conglomerado de e-commerce tem mais de 250 mil funcionários e ainda não se tem informações se os cortes atingirão a unidade Alibaba Cloud.
Na Tencent, as demissões devem começar pelos setores menos lucrativos, como Tencent Vídeo e Tencent Cloud. Até junho de 2021, a empresa contava com mais de 94 mil trabalhadores.
Os cortes também devem atingir os funcionários da Didi Global, aplicativo de carona, com uma expectativa de redução de 15% em seu quadro de colaboradores.
A Didi, que foi submetida a uma investigação de segurança cibernética após sua listagem de US$ 4,4 bilhões em Nova York no ano passado, pretende concluir as demissões até o final de março.
O setor de mídia do Alibaba Group Holding Ltd. está à procura de um novo executivo-chefe. Isso porque o atual, Gary Liu, foi encarregado de atuar no setor de tokens não fungíveis (NFT) para obras de arte.
Agora, a empresa está em um esforço concentrado para encontrar um novo líder. Até lá, Liu continuará administrando a companhia.
Via: Reuters
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Fonte: Olhar Digital
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