Flu mantém nova rotina brasileira de quedas na pré-Libertadores
O tempo em que passar pela pré-Libertadores parecia apenas protocolo a ser cumprido antes da fase de grupos ficou no passado. Depois da decepção histórica do Corinthians contra o Tolima, em 2011, o Brasil foi se acostumando com quedas precoces de seus times no torneio continental. O Fluminense foi apenas mais um de uma sequência que vem sem interrupção desde 2018.
A queda do Fluminense foi um duro golpe nas pretensões do clube em 2022. O investimento foi realizado pensando na disputa da Libertadores, e o time vinha fazendo um início de temporada memorável, com direito a 12 vitórias em sequência, liderança na primeira fase do Carioca batendo todos os grandes rivais, e vantagem no jogo de ida contra o Olimpia (que vinha invicto até então na temporada). Bastou um jogo para tudo ruir, com toques de crueldade, com direito a gol sofrido nos minutos finais e eliminação nos pênaltis.
Apesar do peso da decepção, o choque hoje pela eliminação no Brasil não é o mesmo de uma década atrás. O cenário era outro e cair parecia impensável e um grande vexame, capaz de abalar as estruturas de um clube.
Corinthians de Tite inaugura uma era de decepções
O ano de 2011 pode trazer boas recordações para o torcedor do Corinthians. Foi o início de uma década de conquistas, com o título brasileiro como um marco para o clube, e para Tite. E tudo isso quase foi diferente, e graças a uma eliminatória, e uma decepção histórica. Com o técnico, o time paulista foi responsável pela inédita eliminação brasileira na pré-Libertadores.
Naqueles tempos, participar da pré-Liberta parecia apenas rotina antes da fase para valer. A classificação depende de apenas uma eliminatória, e sempre com os brasileiros em melhor posição, favoritos, com times mais fortes e preparados. Mas havia um Tolima no caminho do Corinthians, e o time, que tinha Ronaldo, acabou surpreendido.
A derrota decretou o fim de duas eras: a de Ronaldo, que se despediu em baixa, e a da invencibilidade brasileira. Mas teve início também uma nova fase para o Corinthians. Tite foi mantido no cargo e a recompensa veio para clube e técnico, que hoje comanda a seleção brasileira.
A rotina das quedas
Entre o vexame corintiano e a rotina de quedas houve um hiato de sete anos. E há uma explicação para isso: em 2017 a Conmebol mudou o sistema de disputa na fase preliminar. Os times brasileiros passaram a ter de disputar duas eliminatórias, muitas vezes contra concorrentes de tradição já nesta fase. Botafogo e Athletico Paranaense conseguiram confirmar presença mesmo assim na estreia das novas regras, mas ambos precisaram passar por pênaltis, como uma amostra da dificuldade que seria para nossos clubes.
Em 2018, o Vasco escapou da decepção contra o Jorge Wilstermann nas penalidades, depois de ter vencido o primeiro duelo por 4 a 0 (perdeu pelo mesmo placar na volta). Mas a Chapecoense já havia se despedido na primeira eliminatória.
Em 2019 quem caiu ainda na primeira eliminatória foi o São Paulo, para o Talleres. Em 2020 foi a vez do Corinthians repetir a decepção de 2011, agora contra o Guaraní, embora já sem o mesmo peso da primeira queda.
No ano passado, o Independiente del Valle derrubou o Grêmio com duas vitórias por 2 a 1. Em 2022 foi a vez do Fluminense manter a nova tradição brasileira na Liberta.
Afinal, a classificação para a pré-Liberta é apenas um passo até a disputa para valer. O melhor é esperar para comemorar no fim…
Fonte: Ogol
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