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Corais da Austrália passam por ‘embranquecimento’ graças à temperatura oceânica acima da média

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Corais da Austrália passam por ‘embranquecimento’ graças à temperatura oceânica acima da média

Um dos mais conhecidos patrimônios mundiais da UNESCO, a Grande Barreira de Corais, na Austrália, vem passando por um “embranquecimento generalizado”, cortesia do aumento da temperatura dos oceanos, de acordo com coleta de dados de monitoramento aéreo das autoridades locais.

Segundo a Great Barrier Reef Marine Park Authority, o recife de corais de 2,3 mil quilômetros (km) vem sendo afetado pelo ‘embranquecimento’ em vários pontos, com graus que vão de “menores” a “bastante severos”.

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Embora o efeito já seja um velho conhecido de ambientalistas pelo mundo todo, o atual episódio é bem recente, com ocorrências iniciadas nas últimas duas semanas, quando as autoridades identificaram um aumento de temperatura nas águas entre 0,5 e 2 graus Celsius (ºC).

“Os corais mais impactados ficam na região de Townsville”, diz o último boletim das autoridades, citando a principal cidade do estado australiano de Queensland. “Relatos de mortalidade antecipada também são comuns em áreas onde o estresse por aquecimento tem sido maior”.

O timing da atualização não é dos mais favoráveis, já que a UNESCO vem planejando uma viagem à região, com a finalidade de inspecionar a saúde do recife e avaliar os esforços de entidades ambientais em preservá-lo.

Corais passam por “embranquecimento” quando saltos em temperaturas de águas fazem com que eles soltem as algas que vivem em seus corpos. De imediato, eles perdem suas cores vibrantes, mas seus efeitos são mais de longo prazo: espécies que dependem dos corais acabam afetadas pela ausência de cor e algas, e os próprios corais acabam mais suscetíveis a doenças.

A ocorrência de desastres naturais – estes, em maior incidência graças aos efeitos do aquecimento global – também traz grande impacto aos corais. O dano pode ser revertido, mas nunca de imediato: “um recife saudável pode se recuperar desse efeito mas é preciso tempo. Ondas de calor marinho mais e mais frequentes são fruto da queima de carvão e gás, o que significa que não estamos dando esse tempo aos recifes”, disse Lissa Schindler, gerente de campanhas da Sociedade de Conservação Marinha da Austrália, ao Phys.org.

Segundo estudos recentes, cerca de 98% de todo o recife australiano de corais já foi afetado por eventos de “embranquecimento”, o que significa que apenas uma pequena fração dele segue intocada pelos efeitos climáticos.

A barreira é, hoje, o maior organismo vivo da Terra, tão grandioso que pode ser visto do espaço. Isso fez com que a UNESCO o colocasse como um dos seus patrimônios culturais em 1981. A lista, contudo, não é definitiva e objetos dela podem ser removidos – há países que consideram uma eventual remoção uma falha em seus esforços ambientais e, por questão de honra, despendem recursos de recuperação e proteção a fim de evitar que isso aconteça.

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Fonte: Olhar Digital

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