Startup cria capacete capaz de ler a mente humana
Se alguma vez na vida você desejou ser capaz de enxergar o que se passa na mente de outra pessoa, saiba que isso pode estar muito próximo de se tornar real. A startup americana Kernel acaba de lançar uma tecnologia vestível chamada Kernel Flow, uma espécie de capacete que usa luz infravermelha para escanear o cérebro das pessoas e “ler a mente humana”.
“Lex, what goes through a potato’s brain?”
“What kind of nuts do academics eat?”
Jokes our CEO @bryan_johnson told @lexfridman while wearing Kernel Flow: https://t.co/pD232NSRkd
This is one of the many remarkable things the Kernel team does daily. Join us:https://t.co/tpzqH5f1Mz pic.twitter.com/LLEMXsJNYO
No tweet acima, Bryan Johnson, CEO da Kernel, aparece usando o capacete futurista, que parece um equipamento de realidade virtual sem óculos. O Olhar Digital noticiou quando a empresa anunciou o projeto, cujo estudo ainda não havia sido revisado por pares.
O capacete foi projetado para ser ajustável, com 52 módulos presos em quatro placas de cada lado da cabeça. Cada placa tem um laser cercado por seis detectores hexagonais. Dois lasers dentro da fonte emitem luzes em diferentes comprimentos de onda e as direcionam para o cérebro, apontando para o couro cabeludo. Os detectores captam a luz refletida, e os tempos de chegada dos fótons são então registrados.
De acordo com o artigo que descreve o desenvolvimento do equipamento, o dispositivo usa espectroscopia de infravermelho próximo funcional no domínio do tempo (TD-fNIRS), que tem sido usada há muito tempo em imagens cerebrais, mas vem com uma tonelada de obstáculos, de acordo com o próprio estudo de Kernel. “O TD-fNIRS foi considerado o padrão-ouro dos dispositivos ópticos de imagem cerebral não invasivos”, declarou a equipe. “No entanto, devido ao alto custo, complexidade e grande formato, não foi tão amplamente adotado quanto [outros] sistemas”.
Segundo um comunicado da Kernel, a startup está desenvolvendo vários estudos com o sistema Flow, cada um com objetivos diferentes. “Os participantes dos testes podem escolher entre estudos que usam imagens cerebrais para entender emoções, efeitos colaterais da cetamina, atenção e muito mais. Alguns oferecem compensação aos participantes. E sim, o capacete foi testado em sujeitos não humanos antes mesmo de tocar na cabeça de um voluntário humano”. Os resultados iniciais dos estudos de Kernel são promissores, segundo uma publicação no site Physics World.
Não se trata exatamente de um dispositivo para “ler os pensamentos” de alguém, mas tornar a tecnologia de imagem cerebral disponível ao público pode ajudar a entender melhor nosso cérebro e, por consequência, nossa saúde.
No entanto, segundo a Kernel, haverá restrições. A textura do cabelo e o tipo de pele podem afetar os resultados, e o capacete ainda não é tão prático quanto um relógio inteligente ou outro vestível.
Ainda assim, eles estimam que os sistemas comerciais podem estar disponíveis em 2024, o que pode tornar a imagem cerebral tão comum quanto a tecnologia que rastreia o sono, a frequência cardíaca e o movimento.
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Fonte: Olhar Digital
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