Pesquisa pode indicar novos tratamentos contra Parkinson
Uma pesquisa identificou que o Parkinson deixa uma espécie de “assinatura genética” em algumas células T de memória do corpo. Apesar de não saberem com exatidão o que causa essa doença, a descoberta pode ajudar no diagnóstico precoce e no desenvolvimento de novos tratamentos.
O estudo conduzido por pesquisadores do La Jolla Institute for Immunology, na Califórnia (EUA), indica que as células T possuem um papel crucial na progressão da doença. Anteriormente, já era conhecido que a doença avança na medida em que os produtores de dopamina morrem. A causa dessa morte é desconhecida, mas algumas pistas podem ajudar nos tratamentos.
Os neurônios produtores de dopamina mortos contém grande quantidade de uma proteína danificada conhecida como alfa-sinucleína. Esse novo estudo diz que o acúmulo dessa proteína pode causar a morte dos neurônios e mais do que isso: pacientes com Parkinson possuem células T de memória com alvo nas proteínas alfa-sinucleína. Basicamente a função dessas células é atuar contra antígenos que o corpo já teve contato anteriormente.
O problema é que as células T são auto-reativas e dependem de um equilíbrio muito grande para não causar danos ao corpo. Quando ocorre um desequilíbrio, essas células T podem danificar as próprias células do corpo, incluindo os neurônios. Essa ação, inclusive, é responsável pelo surgimento de diversas doenças autoimunes, status que geralmente não é atribuído ao Parkinson.
“A doença de Parkinson geralmente não é vista como uma doença auto-imune”, disse a professora Cecilia Lindestam Arlehamn, que atua na pesquisa. “Mas todo o nosso trabalho aponta para que as células T tenham um papel na doença”, completou ainda.
“Agora que podemos ver o que essas células T estão fazendo, achamos que a intervenção com terapias de anticorpos pode ter um impacto na progressão da doença , especialmente no início”, acrescenta o professor Alessandro Sette, líder do estudo.
Com os resultados, foi possível identificar quais células T vão atuar contras as alfa-sinucleína e quais não, isso através da assinatura genética presente em pacientes com Parkinson. “Esta descoberta sugere que encontramos novos alvos para potenciais terapêuticas”, finaliza Sette.
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Fonte: Olhar Digital
Comentários