Estudo diz que nova geração de idosos emite mais gases de efeito estufa
Segundo um levantamento feito pela Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU), a nova geração de idosos está deixando para trás uma forte pegada climática. Em 2005, a faixa etária acima de 60 anos foi responsável por 25% das emissões de gases de efeito estufa. Dez anos depois, esse índice estava próximo de 33%.
“Os mais velhos costumavam ser econômicos. A geração que experimentou a Segunda Guerra Mundial foi cuidadosa com o uso dos recursos. Os ‘novos idosos’ são diferentes”, diz Edgar Hertwich, professor da Ecologia Industrial da NTNU.
Feita em 2005, 2010 e 2015, incluindo 27 países da União Europeia, Noruega, Reino Unido, EUA, Austrália e Japão, a pesquisa, que foi publicada na revista Nature Climate Change, mostra que aqueles conhecidos como “boomers” são os piores quando se trata de emissão de carbono.
Ao final da Segunda Guerra Mundial, países que lutaram ao lado dos aliados, como os EUA, a França e a Inglaterra experimentaram um crescimento demográfico abrupto que foi apelidado, na tradução literal, de explosão de bebês, e que durou de 1945 a 1964.
“A geração ‘baby boomer’ do pós-guerra são os novos idosos. Eles têm padrões de consumo diferentes da ‘geração quieta’ que nasceu no período 1928-1945. Os idosos de hoje gastam mais dinheiro em casas, consumo de energia e alimentação”, diz Hertwich.
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Em 2005, a faixa etária acima de 60 anos apresentou emissões menores do que as faixas etárias de 30 a 44 e 45 a 59 anos. Em 2015, os idosos ultrapassaram os níveis das pessoas entre 30 e 44 anos, estando no mesmo nível daqueles com 45 a 59 anos.
Segundo o site Eurekalert, como os boomers estão envelhecendo em todo o mundo ocidental, os novos idosos atingindo uma pegada climática maior, é uma má notícia.
Heran Zheng, pós-doutorando da NTNU, acredita que há boas razões para supor que o grupo de mais de 60 anos ultrapassou o grupo de 45-59 desde 2015 e agora está no topo da escala de emissões.
De acordo com o estudo, os idosos são responsáveis por uma parcela crescente das emissões climáticas em todos os 32 países pesquisados, sendo que os idosos no Japão se destacam, respondendo por mais da metade das emissões climáticas.
Segundo Zheng, a mensagem mais importante da pesquisa é que os políticos estejam cientes de que o envelhecimento da população está dificultando a redução das emissões de gases de efeito estufa. “Os hábitos de consumo dos idosos são mais rígidos. Por exemplo, seria uma vantagem se mais pessoas se mudassem para casas menores assim que os filhos saíssem de casa”, diz ele. “Esperamos que comunidades habitacionais, sistemas de transporte e infraestrutura mais amigáveis aos idosos possam ser construídas”.
Além das faixas etárias das décadas de 1950 e 1960 estarem a caminho da velhice, a expectativa de vida está aumentando. Segundo a pesquisa, o tamanho da população idosa nos 32 países do estudo dobrará até 2050.
“A renda diminui na aposentadoria, mas os idosos dos países desenvolvidos acumularam valor, principalmente na habitação. Muitos deles viram um grande aumento no valor de sua propriedade. Os idosos conseguem manter seu alto consumo por meio de sua riqueza. Isso acontece especialmente em áreas intensivas em carbono, como energia. Uma proporção crescente desta faixa etária vive sozinha. Este não é o caso em todos os países, mas reflete o quadro geral”, diz Zheng, que é afiliado ao Departamento de Energia e Engenharia de Processos da NTNU.
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Fonte: Olhar Digital
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