Transplante duplo de pulmões permite que paciente com câncer terminal sobreviva
Um raro transplante duplo de pulmões deu esperanças para um paciente com câncer em estágio terminal. Albert Khoury, de 54 anos, morador de Chicago, nos Estados Unidos, foi diagnosticado com a doença no começo da pandemia da Covid-19 após sentir dores constantes nas costas acompanhadas de tosse com sangue.
Quando foi diagnosticado ainda estava com a doença em estágio 1, mas o tratamento atrasou por conta da pandemia e quando a quimioterapia foi iniciada, poucos meses depois, o câncer já estava em estágio 2. De acordo com o relato do homem para a BBC, foram poucos meses até que o câncer chegasse ao estágio 4, considerado terminal.
“Os médicos me disseram que eu não tinha chance de sobrevivência”, explica o paciente, que nunca fumou. No entanto, um procedimento mudou completamente o destino de Khoury. Após receber um transplante duplo de pulmões, ele hoje está livre do câncer e tem a chance de ter uma vida normal.
O procedimento foi feito há seis meses, em setembro do ano passado. Esse tipo de transplante duplo é extremamente raro e dificilmente é realizado em pacientes com câncer, já que há chances da doença comprometer também os órgãos novos. “Para pacientes diagnosticados com câncer em estágio 4 (como no caso de Khoury), um transplante de pulmão costuma ser descartado completamente”, disse o médico Ankit Bharat, que chefiou a cirurgia.
“Os pacientes que recebem transplante precisam de medicamentos para controlar o sistema imunológico, o que tem um efeito de imunossupressão. A preocupação é que, se você suprimir o sistema imunológico, e o paciente ainda tiver células cancerosas no corpo, essas células irão se reproduzir rapidamente”, completou ainda.
O que foi diferente no caso de Khoury é que, apesar de estar em fase terminal, o câncer não havia se espalhado e estava totalmente confinado na região do pulmão, permitindo que a troca dos órgãos livrasse o paciente da doença. “O câncer em estágio 4 que ele tinha estava claramente confinado dentro do peito e nós percebemos que poderíamos retirar todo o câncer e salvar sua vida”, diz ainda Bharat.
Depois de uma insistência do paciente, o procedimento foi realizado. Khoury passou duas semanas na lista de espera aguardando pelos órgãos. “Nós nunca havíamos feito um transplante em um paciente com câncer de pulmão e nunca havíamos nem mesmo considerado essa possibilidade para alguém em estágio terminal como Albert”, ressalta Bharat.
Os médicos ainda dizem que o sucesso na recuperação de Khoury pode ser uma esperança ainda para outros pacientes, para que mais procedimentos do tipo sejam realizados. O câncer de pulmão é o que mais mata no mundo.
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Fonte: Olhar Digital
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