Selecionados entre mais de mil propostas, primeiros alvos do telescópio James Webb são mantidos em segredo
No primeiro ano de suas operações científicas, o Telescópio Espacial James Webb (JWST) vai se dedicar ao estudo de pequenas galáxias orbitando a Via Láctea, além de procurar as estrelas mais antigas do universo e investigar remanescentes de estrelas mortas. Seus primeiros alvos científicos, no entanto, continuam em segredo.
Recentemente, durante seu processo de alinhamento do espelho principal, na fase de comissionamento, o poderoso observatório demonstrou sua capacidade de captação mirando seus “olhos” para uma estrela aleatória.
Cientistas da Nasa disseram que os primeiros objetos-alvo serão mantidos em sigilo até a divulgação das imagens, que provavelmente se dará em julho. “Sim, os alvos foram escolhidos para as primeiras imagens super secretas que serão divulgadas”, disse Jane Rigby, membro do projeto de operações do JWST no Centro de Voo Espacial Goddard.
No entanto, muitos outros alvos iniciais para o observatório já são de conhecimento público. Durante uma entrevista coletiva concedida na semana passada, Rigby confirmou que o primeiro ano de observações científicas de Webb já está finalizado. “Nós selecionamos mais de um ano inteiro de ciência”, disse ela. “Esses alvos foram totalmente especificados. Os arquivos de computador que informam a Webb como obter os dados, nós temos todos eles em mãos”.
Rigby disse que a agência recebeu mais de mil propostas de pesquisa de astrônomos de todo o mundo e selecionou “as melhores”, incluindo aquelas que procuram a luz das primeiras estrelas e galáxias que surgiram no universo apenas algumas centenas de milhões de anos após o Big Bang.
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“Nós veremos de volta no tempo, para entender como galáxias como a nossa Via Láctea se formaram e evoluíram ao longo de 13,7 bilhões de anos de tempo cósmico”, disse a cientista, acrescentando que o observatório também estudará exoplanetas – planetas orbitando outras estrelas – e analisar suas atmosferas.
Em uma entrevista anterior, Olivia Jones, astrofísica do Observatório Real de Edimburgo, na Escócia, disse ao site Space.com que entre os primeiros alvos que o telescópio observará estarão a Grande e a Pequena Nuvens de Magalhães. Jones está envolvida em 12 campanhas de observação diferentes que acontecem no primeiro ano de operações científicas do telescópio espacial.
“Os primeiros dados que acho que obterei são de uma das regiões de formação de estrelas nas Nuvens de Magalhães chamada NGC 346″, disse ela. “Essa região está na zona de visualização contínua do Webb. Isso significa que pode ser observada em qualquer ponto”.
Segundo Jones, Webb revelará a composição química desses nossos vizinhos galácticos em detalhes sem precedentes. Os cientistas sabem que essas duas pequenas galáxias têm metalicidade significativamente menor do que a da Via Láctea, o que sugere uma evolução química diferente.
Além disso, Jones também revelou que a Nebulosa da Borboleta, um remanescente de uma estrela gigante explodida localizada 3,8 mil anos-luz da Terra, será outro alvo do observatório de luz infravermelha.
As imagens geradas durante o comissionamento, segundo Rigby, foram feitas usando apenas um dos quatro instrumentos científicos de ponta do telescópio, a Near Infrared Camera (NIRCam). Ela disse que os outros três instrumentos foram ligados, mas ainda precisam ser ajustados e alinhados com os espelhos para produzir imagens de melhor qualidade científica. “Agora temos que alinhar o telescópio com todos os quatro instrumentos científicos, para que cada um obtenha uma imagem nítida”.
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Fonte: Olhar Digital
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