Depois de tentar até rifa para se livrar dele, presidente do México aluga avião presidencial
Andrés Manual López Obrador venceu as eleições de 2018 com (entre outras) uma promessa: dar fim ao avião presidencial. E falhou miseravelmente.
Em 2016, durante seu segundo mandato, o antecessor, Enrique Peña Neto comprou um então recém-lançado Boeing 787-9 Dreamliner. Esse foi adaptado para ser o “Air Force One” do México, com várias modificações. AMLO, como é chamado por suas iniciais, sempre denunciou o que via como um desperdício de dinheiro público, e chamou o avião de “vergonha para o povo”.
Um Boeing 787-9 Dreamliner é um avião largo, com 9 colunas, para voos internacionais. Normalmente leva 280 passageiros, mas o XC-MEX, matrícula do avião presidencial, foi modificado com um quarto presidencial com sua própria banheira, ar condicionado próprio, isolamento acústico e janelas especiais. Assim, carrega no máximo 80 felizardos.
Depois de vencer as eleições de 2018 com mais de 50% e deixando o candidato do partido de Peña em terceiro, AMLO tentou fazer cumprir sua promessa. Ele só anda em voos comerciais e, desde que assumiu, está tentado se livrar do avião, que custou US$ 218 milhões na compra e custa US$ 16 milhões todo ano para manter no hangar.
Primeiro o presidente foi pelo caminho óbvio, tentar vender para companhias aéreas. Mas o preço da re-conversão do XC-MEX para um avião comum é exorbitante.
Depois AMLO tentou até uma rifa, que não atingiu o número total de compradores – que foram espertos de notar o custo de manutenção e o fato que empresas aéreas não queriam comprar.
Sem ninguém querendo o “prêmio”, a rifa acabou convertida numa loteria comum, com o dinheiro aplicado em hospitais.
A solução, agora, será tentar alugar o avião presidencial para indivíduos e empresas. AMLO falou em festas no Dreamliner, celebrando casamentos ou aniversários. O importante é tentar fazer dinheiro com o avião para ao menos pagar sua manutenção. Uma empresa ligada às Forças Armadas do México irá acompanhar o uso do avião para garantir que não possa se tornar um risco à segurança nacional (que festa seria essa?).
O México, como o Brasil, terá eleições presidenciais este ano. O presidente atual foi eleito por uma coalização de esquerda, e, com a aprovação beirando 60%, é o favorito.
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Fonte: Olhar Digital
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