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Entenda por que a pílula anticoncepcional masculina ainda deve demorar para chegar ao mercado

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Entenda por que a pílula anticoncepcional masculina ainda deve demorar para chegar ao mercado

Recentemente, pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, apresentaram resultados positivos para a criação de um anticoncepcional masculino. O medicamento foi testado em camundongos de laboratório e apresentou uma eficácia de 99%.  

A notícia gerou uma grande expectativa, já que os testes em humanos deveriam começar ainda em 2022. Porém, especialistas alertam que é necessário ter cautela e afirmam que o medicamento não deve chegar ao mercado tão rápido assim.  

O diretor do programa de infertilidade e saúde masculina do Instituto Urológico Brady do Hospital Johns Hopkins, Amin Herati, relatou para o New York Times que seguirá cético sobre um anticoncepcional masculino até ver dados dos testes em humanos.

Herati explicou que existem muitas diferenças entre o sistema reprodutor humano e de camundongos, além de genes diferentes no organismo.  

Os pesquisadores, em contrapartida, afirmaram que a pesquisa é promissora, pois mesmo que dê errado, é possível ter um ponto de partida para novos estudos já que o composto capaz de inibir os espermatozoides foi descoberto.  

Além disso, eles também apontam que, diferente de tantas outras pesquisas sobre anticoncepcional masculino, esta foi uma das poucas em que os animais testados não apresentaram efeitos adversos e continuaram sexualmente ativos.  

Além da pílula que está sendo desenvolvida pela Universidade de Minnesota, outros estudos visam conter a fertilidade masculina. Entre eles, está o gel contraceptivo NES/T, que precisa ser aplicado nos ombros e braços uma vez por dia e já está em ensaios clínicos de fase 2.  

Também existe uma pesquisa conhecida como vasectomia não cirúrgica, denominada como Reversible Inhibition of Sperm Under Guidance ou Risug (inibição induzida reversível de espermatozoides), que envolve uma injeção de gel para fechar os tubos que armazenam espermatozoides no pênis.  

Outro método que está sendo estudado é o “DIU para homens”, que se trata de um hidrogel injetável que dura um ano e interrompe a fertilidade masculina.  

Existem pesquisas sobre o anticoncepcional masculino desde a década de 1970, porém, atualmente os únicos métodos contraceptivos masculinos são a camisinha e a vasectomia. Em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estudou a testosterona como uma forma potencial de contracepção, reduzindo a taxa de espermatozoides.  

No entanto, os níveis de testosterona necessários para essa redução são altos e podem provocar efeitos colaterais, como irritabilidade, oscilações de humor, ganho de peso e acne.  

Em 2012 uma pesquisa chegou a ser interrompida devido os efeitos causados, como acne grave, dor e até mesmo depressão. “Quando você começa a mexer com os receptores de testosterona, o corpo fica seriamente desequilibrado”, disse Herati. 

Bobby Najari, professor assistente de urologia e saúde populacional e diretor do Programa de Infertilidade Masculina na N.Y.U. Langone Health, disse que há um pouco de “dois pesos, duas medidas” em relação as pesquisas de anticoncepcionais masculinos, pois as mulheres enfrentam os mesmos efeitos colaterais e até risco de coágulos sanguíneos. 

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Entenda por que a pílula anticoncepcional masculina ainda deve demorar para chegar ao mercado. Crédito: Africa Studio/Shutterstock

Fonte: Olhar Digital

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