Imprensa critica Nasa por vetar público no pré-lançamento do megafoguete SLS
Nesta sexta-feira (1º), acontece o “ensaio molhado” do megafoguete Space Launch System (SLS), que será usado na missão Artemis-1, a primeira do programa da Nasa dedicado a levar astronautas novamente para a Lua. O teste, crucial para o lançamento do veículo, deve se estender até o domingo (3).
Tal procedimento serve para demonstrar a capacidade da equipe de carregar combustível criogênico no foguete, realizar uma contagem regressiva para decolagem e praticar a remoção segura de propelentes (ou seja, “esvaziar o tanque” do foguete) na plataforma de lançamento.
Esse tipo de “ensaio molhado”, que é a linguagem dos voos espaciais para testes finais de pré-lançamento, é geralmente aberto ao público e à mídia especializada. Ocorre que, pela primeira vez, a Nasa decidiu realizar o feito sem a presença da imprensa, o que irritou os repórteres encarregados de cobrir a agência.
“Nunca na história dos voos espaciais tripulados dos EUA a imprensa ou o público ficaram tão no escuro sobre um novo veículo da Nasa”, twittou Steven Young, editor do site Spaceflight Now.
NASA announced it will conduct the SLS wet dress rehearsal behind closed doors. No independent media coverage. Never in the history of U.S. human spaceflight has the press corps or the public been left this much in the dark about a new NASA vehicle: https://t.co/hh6XKTl0VD
Young também observou que, mesmo com a data se aproximando, “a Nasa ainda está trabalhando em uma contagem regressiva para divulgar à imprensa e ao público”, contrastando o sigilo com o livre acesso concedido durante o desenvolvimento do programa dos ônibus espaciais.
De acordo com um comunicado emitido por Tom Whitmeyer,administrador adjunto de desenvolvimento do sistema de exploração espacial da agência, a presença de público e da imprensa no pré-lançamento do SLS poderia comprometer a segurança militar do evento.
Segundo o jornal The New York Times, Joey Roulette, Whitmeyer ainda disse que a Nasa não forneceu nenhuma informação adicional sobre o ensaio molhado porque poderia “inadvertidamente dar uma indicação sobre características específicas das operações”.
Michael Baylor, do site NASASpaceflight, disse que a desculpa da agência é “total BS” – algo como “um monte de cocô” – para não usar o bom portugês. “É padrão da indústria transmitir o loop principal de contagem regressiva”, twittou Baylor. “Praticamente todos os fornecedores de lançamento dos EUA fazem isso”.
I am sorry, but this excuse is total BS. It is industry standard to broadcast the primary countdown loop. Pretty much all of the U.S. launch providers do it, and NASA did it during Shuttle. If you are worried about ITAR, you make the callout on a different loop. https://t.co/IIPT5gNohK
Até agora, a agência não parece ter revertido sua decisão antes do evento de sexta-feira, e as informações à imprensa parecem que vão ficar restritas ao que foi dito na coletiva de imprensa concedida na terça-feira (29) para falar sobre o ensaio molhado.
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Fonte: Olhar Digital
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