Preguiça de treinar? Cientistas criam pílulas que imitam os benefícios da atividade física
Muito se sabe sobre os benefícios da atividade física com frequência no organismo humano, como emagrecimento, prevenção de doenças e ossos mais fortes. A questão é que nem todas as pessoas conseguem fazer 150 minutos semanais de exercício aeróbico moderado, recomendação dada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo o tempo ideal para que os benefícios sejam obtidos.
Seja por preguiça de treinar, sobrecarga do trabalho ou limitações físicas, imagine só se fosse possível obter os benefícios sem precisar sair de casa? Agora, o sonho de muita gente pode estar cada vez mais perto de se tornar realidade.
Os pesquisadores de diversos laboratórios ao redor do mundo descobriram várias substâncias benéficas que são liberadas durante ou após a prática da atividade física. Agora, o objetivo é conseguir encapsular esses compostos para impactar no ganho muscular, queima de gordura ou aumento da capacidade pulmonar.
“Essa área está caminhando depressa. O exercício produz estímulos para a produção de determinados compostos que até muito pouco tempo não eram conhecidos”, explicou o educador físico Gustavo Cardozo, diretor técnico-científico do Centro de Medicina do Exercício DECORDIS no Brasil.
Dois dos mais recentes avanços foram feitos por pesquisadores americanos e australianos. Uma equipe da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, descobriu uma proteína chamada clusterina, composto anti-inflamatório que é liberado em maiores quantidades quando há exercício físico. O trabalho foi publicado na prestigiosa revista científica Nature.
No desenvolvimento de outros experimentos, a clusterina foi capaz de reduzir a inflamação cerebral, que a longo prazo, pode aumentar o risco de doença de Alzheimer. Por outro lado, não é comprovado sabe se a clusterina impulsiona o cérebro humano, mas já se sabe os níveis dessa proteína no sangue de pessoas também aumenta quando elas se exercitam.
Já outro estudo, publicado na revista Clinical and Experimental Ophthalmology, os pesquisadores da Universidade Nacional Australiana notaram mensageiros químicos que produzidos durante a atividade física contribuem para a redução do risco de degeneração macular relacionada à idade.
Ademais, há dois anos, um time da Universidade de Michigan descobriu que uma proteína chamada sestrina está por trás de efeitos como ganho muscular, queima de gordura e aumento da capacidade pulmonar. Com isso, uma equipe da Universidade de Southampton desenvolveu um composto químico capaz de desencadear a perda de peso e reduzir os níveis de açúcar no sangue.
Pesquisadores da Universidade do Estado da Luisiana chegaram até a conseguiram induzir artificialmente alguns dos efeitos positivos do exercício ao isolar proteínas mensageiras da contração muscular e aplicar em diferentes tecidos e órgãos.
“Em essência, seremos capazes de ‘exercitar’ as pessoas sem que elas tenham que fazer o trabalho. Isso não seria revolucionário?”, enfatizou Christopher Axelrod, diretor do Laboratório de Fisiologia Integrativa e Medicina Molecular da Universidade do Estado da Luisiana.
Boa parte dos estudos neste área se encontra em fase laboratorial e ainda não se sabe se esses resultados irão se replicar em humanos ou quando estará disponível para venda no mercado. Os pesquisadores estão esperançosos, principalmente por conta do grupo de pessoas que incapacitadas fisicamente.
Apesar da iniciativa da ciência, é bem difícil que algum dia exista uma pílula que substitua de fato o exercício. Um modelo híbrido, com a ingestão desse tipo suplemento e a prática de exercícios pode ser o meio termo mais benéfico.
“Não há substituto total para o exercício. O exercício é muito mais que um efeito fisiológico. Ele gera um bem-estar pisco-físico-social extremamente benéfico para o ser humano como um todo”, comentou Cardozo. Além disso, a OMS recomenda que adultos façam 150 a 300 minutos de atividade física moderada ou 75 a 150 minutos de atividade física intensa.
Fonte: O Globo
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Fonte: Olhar Digital
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