Há um tempo, os cientistas descobriram uma maneira de prolongar a vida útil de roedores e outros animais de laboratório, que é uma redução em 10% a 40% na quantidade de calorias diárias. Além de aumentar a vida útil, a restrição calórica reduz a taxa de câncer e outras doenças.
Ainda é uma questão se o mesmo funciona para os seres humanos, mas um novo estudo sugere que em adultos jovens e de meia-idade, restringir calorias de forma persistente pode ter um impacto na saúde. Publicado na revista Lancet Diabetes & Endocrinology, os pesquisadores analisaram 143 homens e mulheres saudáveis entre 21 e 50 anos.
Os voluntários foram instruídos a adotar uma restrição calórica por dois anos. Eles podiam comer o que quisessem, desde que reduzissem a quantidade total de alimentos que ingeriam, reduzindo as calorias consumidas em 25%. Só que muitos não conseguiram e em média, as pessoas conseguiram reduzir cerca de 12%, ou cerca de 300 calorias por dia.
Essa quantidade é encontrada em uma rosquinha grande ou alguns biscoitos de chocolate. Mesmo não atingindo a meta, o grupo teve melhorias de saúde: perderam peso e gordura corporal, os níveis de colesterol melhoraram, a pressão arterial caiu ligeiramente, melhor controle de açúcar no sangue e menos inflamação.
Um dos benefícios no grupo de restrição calórica foi o fato de que as pessoas perderam uma grande quantidade de peso, em média cerca de 16 kg ao longo dos dois anos do estudo. “A restrição calórica pode ser uma ferramenta útil para a melhoria da saúde e perda de peso, mas não está claro se as mudanças encontradas no novo estudo irão reduzir doenças crônicas”, disse Frank Hu, presidente do departamento de nutrição da Escola de Saúde Publica de Harvard, que não participou da pesquisa.
De acordo com Hu, algumas pessoas podem achar a restrição de calorias viável se a combinarem com outras estratégias alimentares, como a dieta mediterrânea, jejum intermitente ou ingestão reduzida de carboidratos. O estudo deu evidências de quão difícil pode ser a restrição calórica.
Tanto que os participantes da pesquisa passaram por um treinamento intensivo, aprenderam a cozinhar refeições de baixa caloria, fizeram sessões em grupo e até encontros regulares com nutricionistas. E mesmo assim, eles não conseguiram atingir nem metade da meta de um corte de 25% nas calorias.
Esse foi o primeiro grande ensaio clínico a examinar os efeitos da restrição calórica em adultos com peso normal ou apenas um pouco acima do peso. A intenção era de verificar se a restrição poderia influenciar o envelhecimento saudável e a prevenção de doenças.
“Eles consumiram mais micronutrientes como vitaminas A, K e magnésio, indicando um grande aumento de frutas e vegetais, e também estavam comendo alimentos mais saudáveis, como nozes, grãos integrais e leguminosas”, comentou Susan Roberts, coautora do estudo e cientista da Universidade Tufts.
Os pesquisadores também descobriram que a restrição calórica não era insuportável, por mais que difícil. Enquanto mais pessoas abandonaram o grupo de dieta do que o grupo de controle, o estudo geral teve uma alta taxa de retenção.
O grupo com restrição calórica relatou melhor sono, humor e aumento de energia: “Eles também não tiveram aumentos significativos na fome ou nos desejos de comida”. Por enquanto, a lição é que as pessoas podem se beneficiar com a redução de apenas 300 calorias por dia, o que “equivale a um lanche depois do jantar.”
Fonte: O Globo
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Fonte: Olhar Digital
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