Após uma temporada de seis meses em órbita a bordo da estação espacial Tiangong, os três astronautas da missão Shenzhou 13, da China, estão se preparando para retornar à Terra.
Zhai Zhigang, Wang Yaping e Ye Guangfu decolaram de Jiuquan, no deserto de Gobi, em 15 de outubro de 2021, ancorando com a estação espacial chinesa ainda em construção horas depois.
Desde então, o trio completou duas atividades extraveiculares, como também são chamadas as caminhadas espaciais — e realizou mais de 20 experimentos científicos durante seu período em órbita.
Nesta sexta-feira (1º), eles completaram 167 dias no espaço a bordo do módulo central Tianhe, e devem completar sua missão ainda este mês, em torno da marca de 180 dias. Antes de partir, no entanto, o trio vai deixar Tianhe preparado para a chegada de sua próxima tripulação, os taikonautas da missão Shenzhou 14.
“Antes de partir, há muitos materiais que precisam ser resolvidos, incluindo esses pacotes e produtos em Tianzhou 3”, disse Zhong Weiwei, pesquisador associado do Centro de Astronautas da China, à China Central Television (CCTV), referindo-se a uma nave espacial de carga lançada à estação espacial chinesa em setembro.
“A tripulação de Shenzhou 14 virá mais de um mês após o retorno da tripulação de Shenzhou 13, então esses produtos e equipamentos devem ser colocados no local com antecedência”, disse Zhong, acrescentando que várias amostras importantes devem ser trazidas do espaço.
Embora a China ainda não tenha informado a data de retorno da tripulação à Terra, Zhou Jianping, designer-chefe do programa de voo espacial humano do país, revelou à imprensa chinesa no início de março que eles voltariam para casa em meados de abril.
A missão Shenzhous 13 estabeleceu uma série de recordes chineses. O recorde nacional anterior do país para a duração da missão de voo espacial humano foi estabelecido pela missão Shenzhou 12 do ano passado, que durou 92 dias. Wang se tornou a primeira astronauta do sexo feminino a bordo de Tianhe e a primeira mulher chinesa a embarcar em uma caminhada espacial.
Além disso, a tripulação conduziu palestras educacionais diretamente do espaço. Molly Silk, pesquisadora de doutorado em política espacial chinesa na Universidade de Manchester, na Inglaterra, disse em entrevista ao site Space.com que as palestras de ciência ao vivo visam enfatizar o progresso da China e inspirar interesse pela ciência.
“Um evento interativo em tempo real com os taikonautas da China destaca a realidade das conquistas tecnológicas do país e exibe as competências e utilidades de seu programa espacial”, disse Silk. “Tal evento serve para aumentar o orgulho nacional e incentivar os jovens cidadãos a seguir carreiras baseadas na ciência”.
Essas palestras ao vivo são voltadas especificamente a estudantes de províncias e regiões da periferia do país, incluindo Hong Kong, Macau, Tibete e Xinjiang.
A estação espacial e os astronautas também participaram das celebrações de Ano Novo Solar e Ano Novo Lunar, destacando que a China agora tem sua própria presença permanente em órbita, assim como a Estação Espacial Internacional (ISS).
Enquanto isso, os tripulantes continuam seus preparativos para um retorno à Terra, incluindo uma rotina de exercícios físicos. “Com base nos dados obtidos de seu exame físico em órbita, fizemos ajustes direcionados a todo o plano de proteção antes de seu retorno. Na verdade, o foco nesta fase é garantir que o exercício físico dos taikonautas os prepare para um pouso seguro e um retorno seguro”, disse Zhong à CCTV.
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Fonte: Olhar Digital
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