Sexta-feira, Novembro 22, 2024
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Nós temos uma nova mensagem para os alienígenas

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Conforme a busca pela vida extraterrestre vai ganhando novos horizontes com a análise de elementos químicos em outros planetas, cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL-Caltech) da NASA revisitaram uma antiga dúvida e criaram uma nova forma de mensagem para supostos alienígenas.

A premissa não é exatamente nova: em novembro de 1974, foi lançada a “Mensagem de Arecibo”, uma tentativa de comunicação com supostas raças alienígenas, enviada ao agrupamento estelar M13, a 25 mil anos-luz da Terra. Essa mensagem levará em torno de 25 mil anos para chegar ao seu destino, mas com a aproximação de seu 50º aniversário, os especialistas decidiram usá-la de inspiração para criar um novo modelo.

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Em março, os pesquisadores da NASA desenvolveram uma nova mensagem, que introduz aos alienígenas os nossos conceitos em matemática, química e biologia. O conteúdo tira bastante inspiração da mensagem original de Arecibo, mas com algumas atualizações, incluindo o melhor momento do ano para transmitir uma mensagem de volta e um novo endereço de retorno para que, com sorte, nós tenhamos um “alô intergalático” correspondido.

De acordo com o paper publicado no arXiv, essa mensagem deve ser enviada a um denso anel de estrelas no centro da Via Láctea, a galáxia onde está o nosso sistema solar.

“A motivação pelo novo design veio da necessidade de entregar o máximo de informações sobre a nossa sociedade e a espécie humana, no menor espaço de mensagem possível”, disse Jonathan Jiang, do JPL. “Com os aprimoramentos da tecnologia digital, nós podemos fazer algo muito melhor do que [a mensagem de Arecibo] em 1974”.

Escrever uma mensagem para alienígenas não é tanto uma questão de “o que” enviar, mas sim “como”. Praticamente todos os projetos do tipo envolveram conteúdos de matemática ou química pois, considerando que uma civilização extraterrestre seja capaz de construir um receptor de ondas de rádio (o meio mais comum no espaço), então ela também tem algum entendimento de física e, consequentemente, matemática.

Mas o método para comunicar essa mensagem é que é complicado: obviamente, idiomas humanos estão fora de questão – convenhamos, nem nós mesmos nos entendemos completamente. Números também não seriam muito úteis: embora eles sejam entendidos como uma forma universal de expressão, o jeito como nós os ordenamos e os descrevemos é inteiramente arbitrário.

Pense assim: no Ensino Fundamental, aprendemos sobre “números cardinais, ordinais” etc. Essa organização, no entanto, é exclusivamente humana. Não há como saber se alienígenas seguiriam o mesmo padrão. E esse é só um dos problemas.

Por essa razão, a maior parte das mensagens enviadas ao espaço são feitas em formato de bitmap. Basicamente, uma forma de usar códigos binários que formam uma imagem.

A ideia é a mais aceita entre cientistas, pois a natureza de antítese do bitmap (aplicar em desenhos o conceito de “sim” e “não”, “ligado” e “desligado” ou “presente” e “ausente”) nos parece algo universalmente reconhecido. Entretanto, mesmo isso tem suas dificuldades: quando o cientista Frank Drake criou o primeiro rascunho da Mensagem de Arecibo, ele enviou o material para diversos amigos – incluindo alguns concorrentes e vencedores do Prêmio Nobel. Nenhum entendeu a mensagem, e só um percebeu a ideia de que o bitmap deveria formar um desenho. Agora leve isso ao espaço, onde não sabemos nem mesmo se alienígenas “enxergam” como nós.

“Uma das ideias centrais é a de que, por causa da visão ter evoluído de forma independente e por várias vezes na Terra, talvez seja racional de que isso também tenha acontecido com alienígenas”, disse Douglas Vakoch, presidente da METI International (sigla em inglês para “Mensagens para Extraterrestres Inteligentes”), uma ONG dedicada a pesquisar formas de comunicação com formas de vida extraterrestres.

“Mas esse é um imenso ‘talvez’ e, mesmo que eles enxerguem como nós, existe toda uma cultura incorporada na forma como representamos objetos”, ele continuou. “Será que isso significa que temos que abandonar a representação de imagens? Evidente que não. Isso significa, porém, que não podemos presumir ingenuamente que as nossas representações serão legíveis”.

Jiang e sua equipe seguiram por um outro rumo: após transmitirem um número primo para marcar a mensagem como oficial, os especialistas decidiram criar uma mensagem para os alienígenas usando o alfabeto, em formato de bitmap. Esse alfabeto, naturalmente, inclui também os números de base (contagem de 0 a 10) e introdução à matemática básica (as operações principais – soma, subtração etc.). A mensagem também mostra as transições de movimento de um átomo de hidrogênio para explicar a ideia de tempo e mostrar o período em que ela foi enviada da Terra, bem como introduzir elementos básicos da tabela periódica e da química.

Nas páginas finais é que estão as partes mais interessantes, mas também as menos compreensíveis: desenhos dos corpos humanos – homem e mulher -, a superfície da Terra, um diagrama do sistema solar, a frequência de rádio que os alienígenas devem usar para nos responder e as nossas coordenadas no espaço.

“Nós sabemos a localização de mais de 50 agrupamentos estelares”, disse Jiang. “Se existe uma civilização avançada, podemos apostar que, se eles tiverem algum conhecimento astrofísico, eles também terão esse conhecimento, então podemos usar isso como coordenada para marcar a nossa localização no sistema solar”.

O time sugere no paper que a mensagem seja enviada do Allen Telescope Array, no norte da Califórnia; ou do Five-Hundred-Meter Aperture Spherical Radio Telescope (FAST), na China. O telescópio de Arecibo certamente seria um mecanismo viável, mas sua destruição em 2020, nos deixou com poucas opções.

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O contato com civilizações extraterrestres é algo que vem sendo pesquisado há décadas, com diversos formatos de mensagem para alienígenas sendo criado ao longo dos anos
O contato com civilizações extraterrestres é algo que vem sendo pesquisado há décadas, com diversos formatos de mensagem para alienígenas sendo criado ao longo dos anos (Imagem: galacticus/Shutterstock)

Fonte: Olhar Digital

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