Depois de lançar o sedã ET7, a NIO considera fabricar celulares para atender a demanda de usuários interessados em tecnologia. À agência de notícias chinesa Sina, o CEO William Li afirmou que os proprietários querem smartphones que se conectem melhor aos veículos da marca. Por isso, a necessidade de construir um ecossistema de produtos e serviços nos moldes do que faz a Apple — embora ele admita que, em princípio, a ideia não seja a de concorrer com as grandes fabricantes de celulares.

“Fabricar um telefone é fácil, mas fabricar um bom telefone é um desafio”, destacou Li, que vê o celular como um utilitário ligado ao carro.

Ainda segundo o executivo, o projeto se encontra em fase de desenvolvimento, portanto, ainda não possui previsão para ser lançado.

A NIO, particularmente, vive um momento de expectativa após quase quebrar no início da década. Neste ano, de acordo com o banco Credit Suisse, seu volume anual de vendas deve atingir 150 mil unidades. É esperado ainda que, até dezembro, além dos sedãs ET7 e ET5, a fabricante produza quatro SUVs elétricos: o ES8, ES6, o EC6 e um outro sem nome.

A NIO espera também dobrar sua capacidade de produção na planta de Hefei, no leste da China, para 240 mil unidades. Com turnos extras de produção, é possível ainda chegar ao número de 300 mil carros por ano, segundo a montadora, que prepara o lançamento de uma segunda fábrica na cidade.

NIO ET7, sedã de luxo chinês
NIO/Divulgação

Empresas de celulares na indústria automotiva

NIO e Faraday Future, que também pensa em produzir celulares, são as únicas montadoras até então que quiseram entrar na indústria das telecomunicações. O movimento inverso, porém, se tornou tendência.

A começar pela Apple e seu Apple Car, empresas de celulares querem ir além de tablets e laptops na hora de construir periféricos para seus produtos. Faz sentido, afinal, para elas produzirem automóveis, dado o fato de os últimos estarem cada vez mais saturados com sensores de IoT e tecnologia inteligente — em 2030, o software também vai ocupar quase 90% das inovações embarcadas no carro, segundo previsões da IBM.

 A Sony, recentemente, anunciou um carro elétrico com LiDAR e conexão 5G, enquanto a Foxconn, fabricante de eletrônicos da Apple, apresentou três protótipos de veículos elétricos: um sedã, um SUV e um ônibus.

O único exemplo concreto disso na história, porém, é a Samsung, que chegou a projetar e cosntruir carros no fim da década de 1990. A divisão fechou pouco após o início das operações em razão da crise dos Tigres Asiáticos e foi comprada pela Renault em 2000. A montadora francesa chegou a vender alguns dos modelos projetados pela Samsung sob o nome Renault-Samsung, como o utilitário SM5.

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