Tudo indica que a Amazon está firme em seu propósito de competir com a SpaceX no envio de satélites de internet banda larga ao espaço. A diferença básica, no entanto, é que a empresa de Elon Musk tem capacidade de lançar seus próprios equipamentos Starlink, enquanto a multinacional de tecnologia e comércio eletrônico com sede em Seattle, nos EUA, depende da contratação de terceiros para isso.

Foguetes da ULA, Blue Origin e Arianespace vão lançar satélites de internet banda larga da Amazon ao espaço. Imagem: Amazon – Divulgação

Por meio do Projeto Kuiper, a Amazon já tem até 82 lançamentos planejados que vão transportar satélites para a órbita da Terra em um período de cinco anos, contando com dois protótipos a serem lançados ainda em 2022.

Os novos lançamentos planejados da Amazon dependem de grandes foguetes ainda em desenvolvimento por empresas como a United Launch Alliance (ULA) e a Blue Origin. De acordo com o The Wall Street Journal, executivos dessas empresas se recusaram a estimar uma data para que os satélites da Amazon possam ser lançados.

Para chegar perto da SpaceX, a Amazon ainda tem que comer muito arroz com feijão, mas, está no caminho. O serviço de internet Starlink tem 250 mil assinantes e já lançou mais de dois mil satélites em sua megaconstelação, e muitos outros já estão programados para subir, já que a empresa tem permissão para 12 mil espaçonaves de banda larga e solicitou aprovação para lançar até outras 30 mil mais.

Em 2020, a Comissão Federal de Comunicações (FCC) autorizou o Projeto Kuiper a implantar 3.236 satélites de banda larga. A agência exigiu que pelo menos metade estivesse operacional até julho de 2026, ou então o Projeto Kuiper poderia perder o direito de enviar alguns satélites. Os novos lançamentos que o negócio da Amazon comprou forneceriam capacidade para implantar a maioria dos satélites permitidos pela FCC, de acordo com a empresa.

Amazon tem equipe de 500 profissionais em seu projeto de internet banda larga via satélite

Questionado sobre valores pelo WSJ, Dave Limp, vice-presidente sênior da Amazon para dispositivos e serviços, não especificou quanto a empresa gastaria nos lançamentos planejados, mas disse que o investimento total foi de bilhões, e que o Projeto Kuiper já reservou os lançamentos por causa do prazo de 2026.

Enquanto a Blue Origin foi contratada para fazer 15 lançamentos para o Projeto Kuiper, a ULA, de propriedade da Boeing em parceria com a Lockheed Martin, está encarregada de 47. Espera-se que a empresa francesa Arianespace realize outros 18.

“Entre esses três provedores, todos eles têm obviamente algum risco associado a eles e nós inspecionamos isso de perto”, disse Limp. “Sentimos que estão todos no caminho certo”.

Segundo a Amazon, os satélites do Projeto Kuiper irão orbitar a Terra a uma altitude entre 590 a 630 quilômetros. Testes com protótipos mostraram uma velocidade de download de 400 Mbps que “continuará a melhorar em iterações futuras”. A empresa diz ter uma equipe de 500 pessoas trabalhando no projeto e que está “totalmente focada na criação de nova tecnologia para tornar a banda larga mais acessível para os consumidores”.