O medicamento molnupiravir, utilizado no tratamento contra a Covid-19, demonstrou ter a capacidade de eliminar o vírus ativamente infeccioso em até três dias. Quem recebeu placebo demorou no mínimo cinco dias para atingir o resultado. A pesquisa completa deve ser divulgada durante o  Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas no fim do mês.

O estudo conduzido por uma equipe da farmacêutica MSD (Merk), que produz o remédio, contou com a participação de voluntários com Covid-19 leve e moderada com risco de progressão grave. Ou seja, que tinham um ou mais fatores de risco. Todos iniciaram a terapia nos primeiros cinco dias de sintomas da doença e foi utilizado um PCR para determinar a carga viral. Aconteceram coletas de amostras regulares durante todo o processo.

A conclusão é de zero dos 92 que os pacientes que utilizaram o medicamento demonstraram ter o vírus infeccioso no terceiro dia de tratamento.  Em comparação, 21,8% (20/96) dos participantes que receberam placebo ainda estavam com o vírus ativo para contaminação. Já no dia 5 praticamente todo o grupo do placebo não tinha mais o vírus ativo e no dia 10 não foi mais detectado. 

“Esta análise dos dados de resultados virológicos finais do MOVe-OUT confirma observações anteriores que demonstram que um tratamento de 5 dias com 800 mg de molnupiravir duas vezes ao dia resulta em um declínio mais rápido no RNA viral e eliminação mais rápida de infecções Este estudo fornece evidências adicionais de que o molnupiravir ajuda os infectados a eliminar o SARS-CoV-2 mais rapidamente do que o placebo e apoia a descoberta primária do MOVe-OUT de que o molnupiravir pode reduzir o risco de progressão para doenças graves nesta coorte de alto risco”, diz a conclusão da Dra. Julie Strizki, que liderou o estudo.

Medicamento contra Covid-19

Os resultados mostram que o medicamento tomado nos primeiros cinco dias de sintomas da doença é capaz de reduzir as hospitalizações e mortes em 48%. De acordo com os dados da farmacêutica, a pesquisa acompanhou 775 adultos com Covid-19 em seus estágios iniciais e risco de desenvolver sintomas mais graves por conta de pelo menos uma comorbidade. Metade do grupo recebeu o comprimido enquanto a outra metade tomou placebo.

Entre os que receberam o medicamento, 7,3% precisam de hospitalização após o agravamento da doença. Enquanto no grupo que não tomou o remédio, foram 14,1% os hospitalizados. Além disso, não foram registradas mortes no grupo com o medicamento e na parcela de controle foram 8 óbitos.

“Tratamentos antivirais que podem ser tomados em casa para manter as pessoas com Covid-19 fora do hospital são extremamente necessários”, disse Wendy Holman, CEO da Ridgeback, empresa do ramo de remédios que também atuou nas pesquisas.

O Molnupiravir interfere com uma enzima durante sua ação. Essa enzima é usada pelo vírus da Covid-19 para copiar o código genético e se reproduzir. O remédio basicamente atrapalha essa reprodução.

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