Um estudo publicado na revista Physical Review Letters, conduzido pelos astrônomos Arthur Suvorov, do observatório australiano Manly Astrophysics, e Kostas Glampedakis, da Universidade de Murcia, na Espanha, propõe a existência de um novo tipo de estrela de nêutrons.
Eles sugerem que um tipo diferente de estrela de nêutrons pode surgir a partir de um campo magnético ultrapoderoso criado durante uma colisão entre outras estrelas de nêutrons.
Pesquisas anteriores indicam que estrelas de nêutrons se formam quando uma estrela entra em colapso sob sua própria gravidade, desencadeando uma supernova. A estrela de nêutrons remanescente é muito menor e tem uma alta densidade.
Outras pesquisas sugerem que se duas estrelas de nêutrons colidem, elas criam um único objeto com uma massa maior que o limite de Tolman-Oppenheimer-Volkoff (TOV) e, portanto, entrariam em colapso em um buraco negro. No entanto, o limite só se aplica quando elas deixam de girar em razão da colisão. Há também estudos que sugerem que se a nova estrela girar, ela pode existir por um tempo antes de cair em um buraco negro.
Já nesta nova abordagem, os pesquisadores sugerem que uma estrela que não está girando ainda pode persistir por um período de tempo em circunstâncias únicas. Suvorov e Glampedakis acreditam que se um campo magnético suficientemente forte for gerado à medida que as duas estrelas colidem, ele poderia evitar a descensão da massa única em um buraco negro, talvez por vários anos, inclusive.
Segundo eles, a vida de tal estrela dependeria de uma série de fatores, incluindo a força dos campos magnéticos de ambas as estrelas de nêutrons antes da colisão, sua massa e as temperaturas de seus núcleos.
Os pesquisadores também sugerem que, se tal estrela de nêutrons existisse, ela teria uma assinatura única, consistindo de rápidas rajadas de raios gama seguidas de raios-X, durante seu estágio inicial, e, posteriormente, emitindo rápidas explosões de ondas de rádio quando seu campo gravitacional estivesse desaparecendo ao ponto de começar a entrar em colapso em um buraco negro.
Eles ainda observam que a detecção desses sinais deve ser possível com os equipamentos existentes e que poderia ser feito em conjunto com as buscas por ondas gravitacionais de estrelas de nêutrons.
Fonte: Olhar Digital
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