Quando machucamos um dos pés, tendemos a forçar nosso peso no pé saudável ao caminharmos, o que, popularmente, é conhecido como “mancar”. Isso é instintivo em qualquer animal e, obviamente, não era diferente na época dos dinossauros.
Um estudo publicado na quarta-feira (6) na revista científica de acesso aberto PLOS ONE encontrou evidências desse mecanismo em pegadas fossilizadas de mais de 129 milhões de anos atrás, no sítio arqueológico Las Hoyas, em Serranía de Cuenca, na Espanha.
Vias fósseis são uma excelente fonte de informação sobre o comportamento de animais extintos, e esse conjunto de pegadas de dinossauro apresenta características incomuns, que foram analisadas por uma equipe de pesquisadores liderada pelo biólogo com mestrado em paleontologia Carlos M. Herrera-Castillo, da Universidade Autônoma de Madrid.
Eles examinaram uma trilha anormal composta por seis pegadas de um dinossauro terópode não identificado e concluíram que o animal estaria com uma das patas machucada ou teria alguma deficiência física congênita.
Os autores utilizaram uma variedade de técnicas para descrever e modelar as faixas e compará-las com outras pistas. Observaram que as faixas feitas pelo pé direito exibem os três dedos desse pé, mas que o dedão mais interno do pé esquerdo é representado apenas por marcas extremamente curtas e irregularmente moldadas no sedimento, indicando uma lesão ou deformidade.
Além disso, as pegadas são espaçadas mais amplamente do que as pegadas típicas do terópode, indicando que o dinossauro ajustou sua marcha para compensar seu pé machucado. Isso é ainda apoiado por certas deformações nas pegadas deixadas pelo pé saudável, que sugerem que o animal estava colocando mais peso nesse lado.
Segundo os autores do estudo, deformidades parecidas e comportamentos compensadores semelhantes também são vistos em aves modernas, e que pegadas fossilizadas de terópodes são frequentemente encontradas com lesões nos dedos mais íntimos. Tomadas completamente, tais evidências lançam luz sobre como este dinossauro específico (e talvez muitos outros) encontrou maneiras de sobreviver apesar de contratempos patológicos.
Fonte: Olhar Digital
Comentários