Vereador do Rio de Janeiro foi alvo de uma operação da Polícia Civil nesta quinta, 7; oficiais cumpriram mandato de busca e apreensão em sua casa, na Barra da Tijuca
O vereador do Rio de Janeiro, Gabriel Monteiro (PL), foi alvo de uma operação da Polícia Civil durante a manhã desta quinta-feira, 7. Oficiais foram até a sua casa, localizada na Barra da Tijuca, em seu gabinete na Câmara dos Vereadores e em outros 11 endereços ligados ao parlamentar para apreender documentos e evidências que possam auxiliar nas investigações sobre vídeos íntimos do político com uma adolescente de 15 anos que vazaram recentemente. Nos endereços residenciais e profissionais do vereador, os agente de segurança apreenderam computadores e documentos. Em conversa com jornalistas na porta da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), Monteiro não negou que cometeu relações sexuais com menores de idade. “[A investigação] está sob segredo de Justiça, então não posso responder muita coisa”, afirmou o ex-policial militar, que ressaltou não haver cometido nenhuma ilegalidade. Entre as apurações que rondam a vida de Monteiro, ainda constam a manipulação de vídeos para suas redes sociais com tiroteios e com crianças desalentadas e uma possível cassação de seu mandato.
No fim do mês, Gabriel foi acusado por funcionários e ex-servidores de realizar assédio moral e sexual. Entre as acusações, uma colaboradora de seu canal nas redes sociais afirmou que o vereador a agarrava, mordia e abraçava sem a sua autorização. Em determinados momentos, o político utilizava a força para ‘se aproximar’ da jovem. Gravações de Monteiro com uma criança no shopping também foram usadas para acusar o parlamentar. Nas imagens, o acusado conversa com uma criança em situação de rua e a leva para o shopping. Após chegar na praça de alimentação, o vereador pede para a menor de idade dizer à frente da câmera que não teria o que comer no dia, não fosse pela alimentação fornecida por Gabriel. A Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) abriu um inquérito para apurar a conduta do vereador.
Após as acusações de assédio contra o político vir à tona, vídeos de relações sexuais de Gabriel com uma garota vazaram nas redes sociais. As imagens passaram a ser compartilhadas no Twitter e no WhatsApp e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) entrou com uma ação civil pública solicitando a retirada de qualquer conteúdo em que a menor de idade apareça no Twitter. Há a suspeita de que o político tenha disseminado o conteúdo. Ex-assessores do parlamentar o acusam de manter um HD com vídeos de momentos íntimos com adolescentes em sua casa. O material foi apreendido pela Polícia Civil nesta quinta e passará por uma pericia.
Outra acusação a qual Monteiro terá de se defender na Câmara dos Vereadores é a de forjar vídeos para benefício próprio em seu YouTube. Em um dos casos, imagens gravadas e compartilhadas nas redes mostram Gabriel encenando um tiroteio em uma região periférica do Rio de Janeiro. Ao se deparar com barulhos de tiros, o parlamentar pega sua pistola e direciona seus câmeras para dar a entender que ele estaria em uma disputa contra criminosos. Outro vídeo que contraria o político mostra sua equipe negociando com um morador em situação de rua para que o rapaz simulasse um furto em troca de dinheiro. Ao realizar a ação, Gabriel Monteiro intercepta o homem para ‘salvar’ a vítima. A investigação ainda apura se o político utilizou servidores e computadores da Casa legislativa para editar seus vídeos. A prática é vedada por lei, uma vez que Monteiro apresenta ganhos financeiros privados com a publicação dos materiais no YouTube e os equipamentos utilizados são públicos.
Com a ida do oficiais de segurança em seu local de trabalho, a Câmara lacrou seu gabinete e, agora, apenas inspetores de segurança podem acessar o local. A medida tornou-se necessária para que as investigações que cercam Gabriel não sejam adulteradas ou destruídas. Nesta semana,a Casa também abriu um processo ético-disciplinar para apurar uma possível quebra de decoro parlamentar, que responde a um inquérito policial por importunação sexual. O Conselho de Ética, que é composto por sete vereadores, se posicionaram de maneira favorável à continuação do processo contra Monteiro. A ação pode levar à cassação de seu mandato.
Fonte: Jovem Pan News
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