Imagina comprar uma e-bike e, ao ajustar o quadro para começar a usá-la, ela partir no meio. É o que está acontecendo com a Fiido X, uma e-bike lançada em julho do ano passado após uma bem-sucedida campanha no site de crowdfunding Indiegogo.
A companhia (de mesmo nome) que fabrica a bicicleta identificou um grave erro de construção no quadro de magnésio e anunciou que vai parar de vendê-la, aconselhando os proprietários a pararem de usar o veículo. “Trata-se de um sério problema de segurança, portanto insistimos aos usuários pararem de usar a X de forma provisória”, diz a empresa, em comunicado à imprensa divulgado nesta sexta-feira (8).
As investigações estão em curso no laboratório de pesquisa e desenvolvimento da Fiido X, em Shenzhen (China), após uma reclamação de um usuário dos EUA na semana passada. Até a próxima terça-feira (12), a empresa divulgará detalhes sobre o recall, análise da falha e questões relativas a plano de proteção do usuário e aperfeiçoamento técnico. “Colocaremos os direitos de cada usuário como a primeira consideração”, diz a empresa, em comunicado à imprensa.
A Fiido arrecadou cerca de US$ 1 milhão no Indiegogo para construir a e-bike, vendida inicialmente por US$ 1.099 (em torno de R$ 5.700, em conversão direta à época). Com alcance de 100 km e velocidade de até 25 km/h, a bicicleta se destacou pelo design esguio e elegante, algo incomum para e-bikes, que se notabilizam por ser mais pesadas.
No entanto, a vantagem estética parece ter vindo a custo da solidez do quadro, com várias unidades mostrando marcas de fadiga preocupantes na área dobrável — uma delas (como visto na imagem abaixo) chegando a quebrar no meio da articulação.
Marca focada em bicicletas de baixo custo
Fundada em 2016, a Fiido foca suas vendas em bicicletas de baixo custo, comercializadas no esquema direct-to-consumer (modelo de negócio onde os usuários compram diretamente da empresa em vez de lojas intermediárias ou concessionárias). Sua bicicleta de estreia foi lançada em 2017, mas a primeira a se destacar foi a Fiido D11, vendida a US$ 1 mil para os mercados norte-americano e europeu. À época, as principais características conferidas ao veículo foram, além do baixo custo, bom alcance, fácil dobragem e presença de acelerador com controle de cruzeiro.
A Fiido X parecia um avanço ao modelo anterior, com um motor de 250 watts e uma série de boas funcionalidades no controle de bordo, como marcadores para velocidade e níveis de bateria e assistência de propulsão no pedal. A bicicleta também contava com uma porta de USB para dispositivos móveis.
No entanto, diante de milhares de unidades vendidas para o mercado americano, a Fiido, sediada em Hong Kong, encara uma saia-justa séria após ter lançado uma e-bike com uma estrutura tão frágil (e ainda com o dinheiro dos usuários). Resta saber nas próximas semanas o que acontecerá com seus modelos, além do futuro da companhia.
Crédito da imagem principal: Reprodução/Telegram/Javier (cib)
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Fonte: Olhar Digital
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