Dificilmente um clube quando é rebaixado da Série A para a B não chega na temporada seguinte como um dos favoritos ao acesso. Some a este fato o peso de serem campeões brasileiros, times que integram o rol dos mais tradicionais do país. O encontro entre Bahia e Cruzeiro, na primeira rodada da Série B, será numa competição abaixo do nível habitual dos clubes, mas já é uma boa balança para apresentar o tamanho do desafio na segunda divisão, independente do peso de cada camisa.
E o Cruzeiro que o diga. A Raposa vai para sua terceira participação seguida na Série B, fato que nunca antes havia acometido sua história. Desta vez, o contexto é um pouco melhor para o clube, que parece afastar aos poucos as polêmicas extracampo e encontra um mar menos turbulento para navegar. É inegável que este Cruzeiro chega melhor do que as versões de 2019 e 2020, quando nutria certo favoritismo e não correspondeu. Agora, menos favorito, é uma boa aposta entre os postulantes ao acesso.
O Bahia, por sua vez, está de volta a Série B depois de cinco participações seguidas na Série A. Foi difícil e trabalhoso para o Tricolor encontrar tamanha estabilidade, que dava indícios de ser duradoura, mas pereceu mais rápido do que se poderia imaginar. Desde que foi rebaixado pela primeira vez, lá em 1997, o Bahia não passava cinco anos seguidos na elite nacional: foram quatro anos no início dos anos 2000 e quatro anos no começo da década passada.
Como chegam?
O retrospecto de Bahia e Cruzeiro até este momento em 2022 mostra que os mineiros aproveitaram melhor o início de temporada. Sob a batuta de Ronaldo, novo dono da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) que se tornou, o Cruzeiro acumula um aproveitamento de 75% dos pontos disputados na temporada, entre jogos do estadual e da Copa do Brasil. Fora uma derrota fora de percurso para o Patrocinense, os outros tropeços foram para Atlético Mineiro e América, além de rivais, clubes de Libertadores e Série A.
Do lado do Bahia, o aproveitamento até este momento é preocupante. Apesar de se enquadrar naquele caso dos recém-rebaixados, o Esquadrão começou mal 2022. O aproveitamento nos quatro primeiros meses do ano é de apenas 50% dos pontos disputados, acumulando eliminações precoces no estadual e na Copa do Nordeste. Diferente do Cruzeiro, o Bahia acabou por ter derrotas para adversários bem mais modestos, ainda que argumente-se que no Campeonato Baiano não utilizava o time principal.
Além de Bahia e Cruzeiro, que fazem o grande jogo da primeira rodada da Série B, ainda nesta sexta-feira haverá também a estreia do Vasco. O Cruzmaltino vai para seu segundo ano na segunda divisão, mas tem uma obrigação histórica de, no mínimo, voltar a brigar pelo acesso, o que não fez em 2021.
Esta Série B conta com a presença de sete campeões nacionais. O Cruzeiro é o maior deles, com 10 títulos, seguido pelo Grêmio, com sete. O Tricolor Gaúcho, que não seria difícil apostar como franco favorito ao título, começa sua caminhada no sábado, diante da Ponte Preta. Os demais campeões nacionais na segunda divisão são Vasco (5), Sport (2), Bahia (2), Criciúma (1) e Guarani (1). São apenas quatro vagas para a elite, e nos últimos anos campeões ficaram para trás.
Fonte: Ogol
Comentários