Pela segunda disputa consecutiva, reformista e representante da direita são os favoritos para liderarem o país; conheça as posições políticas dos principais candidatos
Os franceses vão às urnas neste domingo, 10, para escolher o novo presidente que vai estar à frente do país por cinco anos. Pela segunda eleição consecutiva, Emmanuel Macron, atual comandante, e Marine Le Pen, são os candidatos mais bem colocados nas pesquisas. Ao todo, 12 políticos disputam a candidatura, sendo oito homens e quatro mulheres. Macron aparece na frente com 26,5% das intenções de voto, seguido por Le Pen, que aparece com 24%, segundo o Instituto Ifop. O confronto entre os dois favoritos marca uma disputa entre reformistas x extrema-direita, e as pesquisas apontam que um possível segundo turno teria uma disputa ainda mais acirrada do que a registrada em 2017. Para vencer logo no primeiro turno, um dos candidatos precisa atingir 50% dos votos. Apesar de Macron ser visto como favorito, a perda da intenção de votos que sofre desde o dia 9 de março – caiu 11 pontos – aumentou as chances de um segundo turno entre ele e Le Pen. Caso isso aconteça, os dois voltariam a se enfrentar no dia 24 de maio. Nesse cenário, as pesquisas apontam o atual presidente como vencedor com 52% dos votos contra 48%.
Considerado um político de centro, Emmanuel Macron, de 44 anos, é o atual presidente da França e foi a pessoa mais jovem a assumir este cargo. Ele venceu a sua adversária, Marine Le Pen, nas eleições de 2017, com 66% dos votos, pelo partido que ele mesmo fundou, o “La République En Marche”. Visto como favorito para essas eleições, o líder pode ser o primeiro chefe de Estado a ser reeleito em 20 anos, caso os dados das pesquisas se concretizem. Ex-banqueiro de investimento, nasceu em Amiens, no interior da França, e na juventude foi membro de partidos de esquerda. Formado em psicologia pela Escola Nacional de Administração (ENA), ele trabalhou como Secretário-Geral Adjunto da Presidência da República, e passou a ser conhecido no mundo político quando foi eleito ministro da Economia em 2014.
Em seu primeiro ano de mandato, Macron enfrentou dificuldades logo de cara. No ano seguinte à sua eleição, houve manifestações dos “coletes amarelos” que protestavam contra o aumento dos preços dos combustíveis e denunciavam as medidas adotadas, alegando que seriam contra as classes populares. Esses atos fizeram com que ele fosse visto como “presidente dos ricos”. Dois anos depois, em 2020, assim como o resto do mundo, o líder francês precisou lidar com a pandemia de Covid-19. Suas decisões para evitar a proliferação do vírus e proteger os moradores não foram bem aceitas por todos, o que despertou a ira dos opositores. Apesar da falha em conseguir evitar um conflito entre Rússia e Ucrânia, que acontece desde o dia 24 de fevereiro, Macron se manteve à frente nas pesquisas, mesmo perdendo vantagem em relação a Le Pen.
Para sua reeleição, o atual presidente aposta em uma França “mais independente” no nível energético, agrícola e militar, até transformar a França em um país menos dependente de terceiros, dentro de uma União Europeia (UE) “mais forte”. Outros pontos importantes da sua proposta de governo são: reduções de impostos de 15 bilhões de euros, aumento da aposentadoria para 65 anos, reformas no seguro-desemprego e mercado de trabalho, investimento em energia ecológica, alcançar a neutralidade carbônica até 2050 e relançamentos de reatores nucleares.
Marine Le Pen, de 53 anos, foi a segunda colocada nas eleições de 2017. A candidata do Reagrupamento Nacional, um partido de extrema-direita com posicionamento nacionalista e anti-imigração, foi derrotada por Macron no segundo turno por 66% a 33,94%. Concorrendo à presidência pela segunda eleição consecutiva, a deputada viu suas intenções de voto aumentarem nos últimos dias, o que possibilita que ela vá para o segundo turno das eleições. Filha do político e fundador do partido Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen, Marine nasceu em Neuilly-sur-Seine. Formada em Direito pela Universidade Panthéon-Assas, começou cedo na carreira política, logo aos 18 anos.
Da última eleição para essa, Marine apostou na reforma da imagem de extremista e, entre as propostas da sua candidatura, investiu no discurso da preservação do estado de bem-estar social. Desde 2011, ela está à frente do partido fundado pelo seu pai. Sua crescente nas pesquisas e as chances de uma disputa acirrada com Macron mostram que a estratégia surtiu efeito, já que recebeu apoio de novos eleitores franceses. Uma possível vitória de Marine será a ascensão da 1ª mulher ao palácio do Eliseu e a chegada da extrema-direita no poder.
Para vencer, Marine tem feito críticas aos aumentos de preço que têm acontecido na França e batido em uma das propostas de seu adversário, a de aumentar para 65 a idade mínima para aposentadoria. Ideias relacionadas às dos conservadores são parte de sua campanha. Dentre seus principais objetivos estão: controle de imigração, erradicação da ideologia islâmica no território francês, melhorar o custo de vida dos moradores, reduzir os impostos, reforma da aposentadoria e nacionalizar as estradas.
Fonte: Jovem Pan News
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