Segundo o ex-presidente, o diálogo entre aqueles que foram contrários no passado não é inútil para o país se der bom resultado para o povo
O ex-presidente Michel Temer (MDB) falou neste sábado, 9, sobre as eleições de 2022, a terceira via e os últimos movimentos políticos. Ele defendeu que se busque fortalecer uma terceira via, em respeito ao eleitor. Sobre a aliança Lula–Alckmin, disse acreditar ter sido bom para o petista, mas nem tanto para o ex-tucano. Apesar disso, não criticou o novo laço. “Eu não critico isso porque seria negar… politicamente, a questão fica controvertida, eu não tenho a menor dúvida disso, mas juridicamente não há violação àquilo que nós chamamos no artigo 1º estado democrático de direito. Então muitas e muitas vezes o diálogo entre aqueles que foram contrários no passado não é inútil para o país se der bom resultado para o povo”, afirmou Temer. O ex-presidente foi um dos convidados da edição de 2022 do Brasil Conference, debates que são promovidos pela comunidade brasileira de estudantes em Boston, nos Estados Unidos.
“A história da chamada polarização envolve hoje uma discussão muito grande no Brasil, a tentativa de encontrar aquilo que se rotula como uma outra via, ou terceira via, se quiserem. Eu tenho dito com relativa frequência que a existência de mais uma via, de mais uma escolha, não é uma homenagem ao candidato, é uma homenagem ao eleitorado. O eleitorado que pode, eventualmente, achar que um dos polos deve ser eleito, muito bem, se eleito for assume o mandato e cumpre, mas ele deve ter também a possibilidade de não querer nenhum dos polos e tem direito a ter uma outra opção”, completou o ex-presidente sobre a importância dos políticos darem opções aos eleitores.
Temer também falou sobre pesquisa eleitoral. Ele alertou que os resultados de hoje podem não ser os de amanhã, posto que ainda falta bastante tempo para o pleito. Ele elogiou a colega de partido Simone Tebet (MDB) e disse que ela tem chance de crescer nas eleições. O ex-presidente acredita ser essencial para o eleitor que não quer votar nem em Lula e nem em Bolsonaro que haja outra opção. Temer ainda disse que acredita numa violação do resultado das eleições. Mas que, porém, caso o candidato eleito nas urnas seja da polarização “Lula-Bolsonaro”, que não se surpreenderia se logo no início do mandato de algum deles surgissem novos pedidos de impeachment.
Por isso, ele defende uma pacificação no país. “O ideal dos ideais seria que o presidente eleito, no dia da proclamação do resultado, dissesse à nação que ele quer pacificar o país e que não vai olhar para o retrovisor. Com isso, chamaria os membros da oposição, chamaria os governadores, chamaria os chefes de poderes, chamaria entidades civis, e dizer vamos fazer um grande pacto nacional. Eu acho que isso seria extremamente útil para o nosso país”, opinou. No discurso, ele ainda defendeu a mudança no sistema de governo para semipresidencialismo e as reformas iniciadas por ele. Disse que revogar a reforma trabalhista seria tirar direitos novos que foram dados aos trabalhadores. Para 2023, Temer é otimista e diz que, independentemente, do nome no poder, o Brasil sempre foi capaz de superar crises.
Fonte: Jovem Pan News
Comentários