Inaugurado nesta terça-feira (12), o novo Centro de Segurança Espacial da Agência Espacial Europeia (ESA) é uma instalação dedicada às equipes que monitoram o clima espacial. A radiação eletromagnética e as partículas carregadas lançadas ao espaço pelo Sol podem interromper ou danificar satélites ativos, atingir exploradores espaciais humanos e comprometer infraestrutura na Terra, como redes de energia.

Diretor geral da ESA, Josef Aschbacher, dentro do novo Centro de Segurança Espacial da agência. Imagem: ESA

O novo Centro de Segurança Espacial da ESA visa desenvolver atividades que protegem nosso planeta dessas e outras possíveis ameaças, como colisão com asteroides e detritos espaciais.

Josef Aschbacher, diretor geral da ESA, foi o responsável por inaugurar o setor, que fica no  Centro de Controle de Missões da agência (ESOC), em Darmstadt, na Alemanha. “Esta nova instalação da ESA demonstra a ambição da Europa de ter suas missões críticas em órbita e infraestrutura civil em solo bem protegido contra riscos do espaço”, declarou Aschbacher. “Em estreita cooperação com os seus Estados-Membros, a ESA está contribuindo para programas espaciais mais autônomos e resilientes, hoje e no futuro”.

Pela análise de dados que chegam à Terra a partir dos satélites e de outros serviços meteorológicos espaciais da ESA, os cientistas da agência ajudam a manter naves espaciais e astronautas a salvo das erupções do nosso Sol, ao mesmo tempo em que contribuem para a proteção da infraestrutura civil, como redes de energia, no solo.

Segundo Aschbacher, o novo Centro de Segurança Espacial vai fornecer um ambiente dinâmico, no qual capacidades, ferramentas e modelos de clima espacial de última geração serão desenvolvidos, testados e avaliados em estreita cooperação com institutos e indústrias da Europa.

Diretor geral da ESA, Josef Aschbacher, inaugurando o novo Centro de Segurança Espacial da agência. Imagem: ESA

O Centro também apoia o fornecimento de informações meteorológicas espaciais e avisos para missões espaciais operadas pela ESA, trabalhando em estreita coordenação com a Rede de Serviços Meteorológicos Espaciais da agência, por meio do fornecimento de informações meteorológicas espaciais oportunas e confiáveis para operadores de espaçonaves, instituições, pesquisadores e setores comerciais afetados pela atividade solar, incluindo operadores de transporte, navegação e rede elétrica.

As equipes do Centro vão monitorar os dados recebidos dos sensores meteorológicos espaciais da ESA, que compreendem, atualmente, cargas a bordo do Proba-2 e hospedadas em missões pilotadas por outras agências. 

Próximas missões de segurança espacial da ESA

No futuro, também será usado para monitorar a utilização de dados adquiridos pelas três próximas missões de segurança espacial da ESA: Vigília, Hera e ClearSpace-1.

Vigília

A missão Vigília vai monitorar nosso Sol ativo para ajudar a proteger a Terra de suas explosões violentas. A espaçonave transmitirá uma alimentação constante de dados quase em tempo real sobre qualquer atividade solar potencialmente perigosa, complementando observações de outras missões e permitindo previsões mais precisas de impactos climáticos espaciais no nosso planeta.

Planejada para ser lançada no período de 2028, a sonda Vigília deve apresentar um aviso prévio de tempestades solares que se aproximam e, portanto, proporcionando mais tempo para proteger tanto as naves espaciais em órbita, quanto a infraestrutura vital no solo e os exploradores espaciais não protegidos pelo campo magnético da Terra.

Hera

Com lançamento previsto para 2024, a espaçonave Hera vai ser responsável por examinar as consequências do primeiro teste de impacto cinético de deflexão de asteroides, realizado pela missão DART, da NASA.

A missão tem como objetivo transformar o experimento em grande escala em uma técnica de defesa planetária bem compreendida e repetível. Demonstrando novas tecnologias, desde a navegação autônoma ao redor de um asteroide até o uso de CubeSats no espaço profundo, Hera será a primeira sonda da humanidade a se encontrar com um sistema binário de asteroides e validar totalmente uma técnica de defesa planetária.

ClearSpace-1

Primeira missão para remover detritos espaciais da órbita da Terra, a espaçonave Clearspace-1 se encontrará com um determinado objeto de 112 kg abandonado no espaço, capturando-o e derrubando-o para uma reentrada atmosférica segura.

Concebida pela equipe da ESA Clean Space, a missão usará o serviço da startup suíça Clearspace SA para demonstrar as tecnologias necessárias para a remoção de detritos, sendo um primeiro passo para estabelecer um novo e sustentável setor comercial no espaço. A missão está em desenvolvimento para ser lançada em meados de 2026.

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