Uma tumba datada entre 750 e 1375 a.C (antes de Cristo) foi escavada por arqueólogos em expedição científica na cidade de Lambayeque, no norte do Peru. A área provavelmente pertenceu a um médico ou curandeiro, considerando a ampla quantidade de facas, lâminas e outros instrumentos cirúrgicos encontrados nela.
O povo da antiga cultura lambayeque (também referida por “sicán” em alguns livros) é anterior ao Império Inca e sucedeu a civilização Moche. Nessa época, procedimentos cirúrgicos floresceram a ponto de tornar as civilizações antigas do Peru mundialmente conhecidas por suas capacidades médicas.
O cirurgião que provavelmente habitava a tumba também foi encontrado, em posição sentada e com as pernas cruzadas. Em suas proximidades, foram encontradas uma máscara cerimonial com penas desenhadas nos olhos, um grande peitoral de bronze e uma tigela de cobre – todos estes, sinais de que o indivíduo tinham um status social elevado quando vivo.
De acordo com as informações divulgadas pelos arqueólogos, a tumba tinha mais ou menos 50 instrumentos, sendo eles “facas, agulhas e furadores, todos com um lado bem afiado e outro bem cego, para operações que exigissem batidas ao invés de cortes”. A maior parte tinha empunhaduras de ouro, mas algumas também eram de cobre. Ao redor também foi identificada uma tumi, uma faca cerimonial com o desenho da meia lua em sua empunhadura.
Considerando que, próximo a essa faca estavam alguns restos mortais – ossos de jovens e de adultos -, é bem provável que o cirurgião também engajasse em técnicas de trepanação (a abertura de um ou mais furos no crânio, na época, para fins de sacrifícios religiosos).
Entretanto, o processo também era comumente usado para fins clínicos: um estudo de 2018 chegou a afirmar que cirurgiões das regiões andinas eram tão bons nessa operação que a média de sobrevivência de seus pacientes era duas vezes maior do que a vista na guerra civil norte-americana – e a guerra veio a ocorrer mais de 300 anos depois.
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Fonte: Olhar Digital
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