Na segunda-feira (11), às 2h21 pelo horário de Brasília, uma mancha solar “morta” explodiu, liberando grandes cargas de energia na forma de radiação e causando uma ejeção de massa coronal (CME) em direção à Terra. Isso é, basicamente, uma bola explosiva de plasma do Sol, e ela está prevista para atingir nossa atmosfera nesta quinta-feira (14).
De acordo com o site SpaceWeather, a erupção vem da mancha solar AR2987, considerada inativa, até então. Manchas solares são regiões escuras na superfície do Sol, que são causadas por intenso fluxo magnético do interior da estrela.
Essas manchas são temporárias e podem durar de horas a meses. A ideia de uma mancha solar “morta” é mais poética do que científica, segundo Philip Judge, físico solar do Observatório de Alta Altitude do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas (NCAR).
“Ocasionalmente, as manchas solares podem ‘reiniciar’, com mais magnetismo aparecendo mais tarde (dias, semanas) na mesma região, como se uma fraqueza fosse feita na zona de convecção, ou como se houvesse uma região instável sob a superfície que é particularmente boa para gerar campos magnéticos”.
Segundo o NCAR, a erupção da mancha solar AR2987 enquadra-se na classe C. Considerando que as erupções solares são elencadas em um sistema de letras, com as de classe C relativamente fracas, as de classe M mais moderadas e as de classe X sendo as mais fortes, esta mais recente foi das mais amenas.
As erupções acontecem quando o plasma e os campos magnéticos acima da mancha solar cedem sob estresse, fazendo com que eles acelerem para fora, segundo Judge, “porque eles correriam em material denso se fossem para dentro, em direção ao interior do Sol”.
Sinalizadores da classe C são bastante comuns e raramente causam impactos diretamente na Terra. O que poderemos sentir caso nosso planeta seja afetado são os efeitos de uma tempestade geomagnética de nível leve a moderado, como oscilações nas operações de satélites ou na rede elétrica.
Quando os CMEs atingem o campo magnético ao redor da Terra, as partículas carregadas dentro da ejeção podem viajar pelas linhas de campo magnético que emanam dos Polos Norte e Sul e interagem com os gases na atmosfera, liberando energia nas formas de fótons e criando um show de luzes que conhecemos como auroras.
Auroras são geralmente visíveis apenas acima de regiões polares, mas fortes tempestades geomagnéticas desencadeadas por ejeções de massa coronal, que frequentemente acompanham erupções solares como as ocorridas no início de abril, intensificam temporariamente os fenômenos, tornando-os visíveis de mais longe, como aconteceu recentemente, chegando a atingir o Canadá e alguns lugares ao norte dos EUA. Na quinta-feira, é possível que auroras se tornem visíveis em latitudes mais baixas do que o habitual, podendo acontecer no norte de Michigan e do Maine.
O Sol passa por períodos de silêncio e atividade conhecidos como ciclos solares, que têm duração de 11 anos cada, aproximadamente. Atualmente, nossa estrela está no ciclo solar 25, ou seja, o 25º desde que as observações formais começaram, em 1755. O número de manchas solares durante este ciclo está em alta e deve atingir o pico em 2025, o que indica ainda mais oportunidades para tempestades solares — e belíssimas auroras.
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Fonte: Olhar Digital
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