Depois da agência espacial europeia (ESA) divulgar o que vem a ser a imagem mais detalhada do Sol, cortesia de um mosaico de 25 fotos tiradas pelo Solar Orbiter, muitas pessoas nas redes sociais brincaram, dizendo ser possível enxergar uma figura humana na superfície da estrela. Mas afinal, tem um homem no Sol?
Obviamente que não: o que nós vimos como uma figura humanóide nada mais é do que as movimentações de plasma ocorridas na coroa solar – a “superfície” da nossa estrela. Mas você não pode negar que as semelhanças são bem evidentes:
O nome desse efeito é “pareidolia”, que a Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP) define como um fenômeno neuropsicológico que faz com que você reconheça formas e objetos familiares em situações aleatórias. Em resumo, lembra-se dos muitos casos de pessoas enxergando a imagem de Jesus Cristo em uma fatia de pão e situações similares? Pois é, é a pareidolia acontecendo. O “homem no Sol” é esse mesmo reflexo psicológico, só que levado ao espaço.
“Essa tendência de encontrar padrões com significado em imagens ou sons aleatórios está relacionada com a capacidade que o nosso cérebro possui de transformar nossas percepções em algo familiar, ou seja, relaciona-se à forma como construímos o mundo ao nosso redor”, afirmou o especialista em neuropsicologia Fabrício Veloso, ligado à SBP.
No caso da imagem do Sol recentemente divulgada, são essas movimentações que criam a ilusão de forma e ação (tipo o “homem no Sol” olhando para a esquerda), fazendo com que algumas áreas se iluminem mais que as outras devido à alta atividade – tais áreas são as chamadas “manchas solares” e elas devem aparecer em maior quantidade e frequência nos próximos anos, já que o Sol está “acordando” de um período de baixa atividade solar.
Entender esses fenômenos é justamente uma das missões primárias do Solar Orbiter, uma espécie de sonda operada em conjunto pela ESA e pela NASA, a agência espacial americana. A ideia é observar de perto todas as atividades do Sol, usando uma série de instrumentos de visualização óptica, infravermelha e ultravioleta, a fim de compreender o que faz a nossa estrela trabalhar desta forma.
Por exemplo: graças ao Solar Orbiter, nós devemos adquirir conhecimentos mais aprofundados sobre as ejeções de massas coronais e as tempestades geomagnéticas – dois fenômenos que podem trazer imenso impacto para a Terra.
O Solar Orbiter foi lançado em fevereiro de 2020, e a missão tem previsão de durar cerca de sete anos.
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Fonte: Olhar Digital
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