Agarrado à tradição e às promessas que surgiam naquele raiar de 2021, como Matheus Nascimento e Rafael Navarro, o clube carioca tinha como plano principal retornar à Série A, mas sabendo que o caminho a ser trilhado não seria nada fácil.
Se nesta época, em 2021, alguém do futuro retornasse para contar ao botafoguense mais otimista que o clube seria campeão com tranquilidade da segundona, adotaria o modelo de SAF (Sociedade Anônima do Futebol), modernizaria a sua gestão de futebol e gastaria impressionantes R$ 65 milhões na primeira janela de transferências sob a tutela de seu novo dono, o norte-americano John Textor, ele, com desconfiança, responderia que toda essa história se trata apenas de um tweet de ficção escrito e publicado pelo carismático humorista (e botafoguense) Pedro Certezas em seu perfil na rede social.
A verdade é que o Botafogo tem um plano. Um planejamento que gera grande expectativa, mas após o primeiro golpe de realidade diante da derrota para o Corinthians, em casa, mostra que a paciência do botafoguense precisará ser ainda maior que os planos do gestor americano.
Onze homens e o novo técnico
Já em 2022, na Era John Textor, que prometeu injeção de dinheiro imediato no clube, onze contratações foram feitas sob comando do norte-americano. Até aqui, Textor pagou por seis nomes, desembolsando R$ 65 milhões no total, entre pagamentos parcelados – como o caso de Patrick de Paula –, empréstimos e acordos imediatos.
O principal destaque, sem dúvidas, é o próprio Patrick de Paula, ao custo de R$ 33 milhões junto ao Palmeiras, contratação mais cara da história centenária do Glorioso.
Além do jovem, também desembarcaram em General Severiano, Victor Sá, que custou R$ 13 milhões, Gustavo Sauer, de R$ 10 milhões, Tchê Tchê, cerca de R$ 5 milhões, Phillipe Sampaio, R$ 2 milhões, e, por fim, Luís Oyama, R$ 1,5 milhão.
Contratações de ocasião também foram feitas pela nova gestão, que garantiu o rodado pelo Velho Continente Lucas Piazon, o experiente zagueiro Victor Cuesta, o volante Lucas Fernandes, o lateral-direito Renzo Saravia, o lateral-esquerdo finlandês Hämäläinen e o atacante boliviano Sebastian Joffre, provando que Textor tem como um de seus objetivos o intercâmbio de jogadores estrangeiros no país, transformando o Botafogo em um clube ainda mais multicultural.
As novidades não estão apenas no campo, mas também na casamata. Disposto a inovar, John Textor foi até o Catar, mais especificamente ao Al-Duhail, garantir a contratação do técnico português Luís Castro, com passagens pelo Shakhtar Donetsk, Vitória de Guimarães, Chaves, Rio Ave e categorias de base do Porto. Nome forte pensando em uma equipe forte!
Antagonismo entre expectativa e realidade
Com tantas novidades atrativas e interessantes, não era para menos que a expectativa estaria alta para a estreia do reformulado Botafogo no Campeonato Brasileiro, diante do Corinthians. A festa com mais de 35 mil botafoguenses no Estádio Nilton Santos dava a dimensão de um novo clube que os torcedores encontrariam.
No entanto, o golpe de realidade chegou forte! Com a derrota de 3 a 1 para o Timão, o Botafogo sabe que os resultados irão requerer paciência em dobro dos torcedores, e o entrosamento, com tantos nomes e um comandante novo, demorará a aparecer. John Textor, após o revés, adiantou que o processo de reconstrução será longo e vagaroso.
“Obrigado a todos pelo apoio incrível de hoje. Este não era o resultado que queríamos. O caminho do Botafogo não será construído em um dia. Vamos continuar trabalhando… e vamos acertar isso”, disse o gestor em seu perfil oficial do Twitter.
Time novo. Técnico novo. Gestão nova. Um renovado Botafogo, que precisará de um pouco mais de paciência para que as expectativas geradas tornem-se, enfim, realidade.
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Fonte: Ogol
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