De acordo com os pesquisadores, está alteração acontece no uso de cigarros eletrônicos à base de cápsula e os efeitos variam com o sabor do dispositivo. Este fato pode influenciar no modo como os órgãos reagem à infecção por Covid-19, por exemplo.

“Esses cigarros eletrônicos baseados em cápsulas só se tornaram populares nos últimos cinco anos, então não sabemos muito sobre seus efeitos a longo prazo na saúde”, ressaltou a autora sênior do estudo, Laura Crotty Alexander.

Os pesquisadores selecionaram os cigarros eletrônicos da marca JUUL nos sabores de manga e menta, os mais populares no EUA. O estudo então expôs camundongos a esses dispositivos três vezes por dia, durante três meses.

Os cientistas notaram uma alteração nos marcadores de inflamação dos órgãos dos camundongos testados. Uma das principais mudanças aconteceu em uma região do cérebro que é associada à ansiedade, depressão e comportamentos viciantes.

Mão segurando um vape com fumaça saindo do bico do equipamento
Uso de cigarros eletrônicos altera o estado inflamatório dos órgãos, diz estudo. Crédito: Amani A/Shutterstock

“Muitos usuários do JUUL são adolescentes ou jovens adultos cujos cérebros ainda estão em desenvolvimento, então é muito assustador saber o que pode estar acontecendo em seus cérebros, considerando como isso pode afetar sua saúde mental e comportamento no futuro”, disse Alexander.

Ao comparar os sabores, os pesquisadores disseram que aqueles camundongos que inalaram o sabor de menta ficaram mais sensíveis aos efeitos da pneumonia bacteriana. “Isso nos mostra que os próprios produtos químicos de sabor também estão causando alterações patológicas. Se alguém que usa frequentemente cigarros eletrônicos JUUL com sabor de mentol estiver infectado com Covid-19, é possível que seu corpo responda de maneira diferente à infecção.”