Após quase três semanas de paralisação por conta de novos casos de Covid-19, fábricas instaladas em Xangai, na China, começaram a preparar o retorno à rotina nesta segunda-feira (18). Mesmo assim, ainda há várias restrições, como a necessidade dos trabalhadores permanecerem no próprio local de trabalho, sem falar em medidas rigorosas de controle sanitário. Entre as companhias, estão fabricantes de veículos, como a Tesla, de semicondutores e produtos médicos. 

Imbróglio à vista  

Apesar do retorno, ainda faltam informações sobre como as fábricas vão lidar com as linhas de fornecimento interrompidas e acesso ao mercado, principalmente por conta dos problemas portuários e de logística em outras cidades que ainda enfrentam várias restrições. 

Tanto a paralisação em Xangai, a cidade mais populosa da China, quanto às medidas adotadas em outros municípios têm prejudicado imensamente não só a economia do país como do mundo, pois as fábricas dependem dos semicondutores produzidos por lá, sem falar em toda a cadeia de suprimentos globais.  

Por isso, cerca de 25 milhões de habitantes de Xangai estão tendo perdas financeiras, desabastecimento de alimentos e problemas socioemocionais em razão da separação de familiares, sem falar em outras consequências impostas pela quarentena. 

Lista prioritária  

No processo de reabertura, Pequim informou que já tem uma lista prioritária de 666 empresas que devem reabrir nos próximos dias, mantendo as operações em Xangai, o que inclui a Tesla, SAIC Motor e Volkswagen. Na SAIC Motor, testes de estresse serão aplicados nos colaboradores como parte do plano de retomada da produção.

Mesmo sendo considerado um país eficiente em tudo o que se faz, a vacinação ainda não atingiu 100% da população chinesa. Imagem: Tama2u/ShutterStock

 Em Xangai, os esforços estão concentrados para impedir a propagação do coronavírus fora das áreas de quarentena até quarta-feira, meta considerada ambiciosa pelas autoridades sanitárias, o que possibilitaria uma flexibilização do lockdown. Para isso, a cidade vem intensificando os testes e a transferência de casos positivos para centros de isolamento. 

Problemas que estão atingindo em cheio a segunda economia do mundo e também a liderança do presidente Xi Jinping. 

Consumo e emprego tiveram sérios impactos negativos no país e há previsões de especialistas de pioras mais acentuadas em termos econômicos. 

Novas mortes

Das 21.395 novas infecções locais relatadas por Xangai no domingo (17), 561 foram encontradas fora das áreas de quarentena, abaixo das 722 no sábado, o terceiro declínio consecutivo.

Mas três pessoas morreram, sendo todas idosas e com precárias condições de saúde. 

Há denúncias de moradores sobre uma possível maquiagem dos dados oficiais, deixando alguns casos e até mortes fora das estatísticas. 

Segundo autoridades de Xangai, até o dia 15 de abril apenas 62% dos moradores com mais de 60 anos haviam sido totalmente vacinados e apenas 38% tinham recebido uma dose de reforço. Até o dia 20 de março, mais de 200 milhões de testes PCR foram realizados na cidade. 

Via: Reuters

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