A explosão estelar conhecida na astronomia como “supernova” foi reproduzida com sucesso dentro de um laboratório, de acordo com paper produzido por cientistas da Escola Politécnica (École Polytechnique) em Paris, França.
O consenso entre astrônomos é o de que nuvens de gás, poeira cósmica e outras partículas espaciais podem se tornar “berços de estrelas”, desenvolvendo condições favoráveis para que novos astros se formem, quando interagem com ondas de choque causadas por supernovas.
Entretanto, são muitos os fatores que levam a esse processo – o mais complicado deles sendo a turbulência da onda, algo muito difícil de simular em computadores. A solução, então, foi criar um modelo similar, em menor escala, dentro de um ambiente controlado, e observá-lo de forma aprofundada.
Bruno Albertazzi, que assina a autoria primária do estudo, desenvolveu junto de sua equipe um modelo justamente com essa capacidade: basicamente, o time usou uma esfera contendo a espuma de um composto de carbono-hidrogênio para simular as nuvens de poeira. Essa esfera foi colocada em uma câmara isolada, presa por um pino de carbono.
O pino, por sua vez, foi esquentado com raios laser até chegar ao ponto crítico que o levasse a explodir. Essa explosão gerou um choque similar – ainda que em escalas humanas – ao que se teoriza que uma nuvem molecular seja atingida em uma explosão supernova.
Imediatamente após a “pequena supernova”, os técnicos do laboratório analisaram a esfera em busca de pontos que tivessem ficado mais densos – eles seriam a representação do experimento para as áreas de alta intensidade nas nuvens moleculares que entrariam em colapso e formariam estrelas. Embora um módico de compressão tenha sido encontrado pelos especialistas, eles perceberam que esse volume aumentava conforme novas explosões aconteciam.
Em outras palavras: em uma região do universo com várias estrelas da mesma idade, pode haver a ocorrência de várias supernovas ao mesmo tempo, o que geraria diversas estrelas.
Albertazzi e equipe ainda pretendem estudar o tema com maior profundidade a fim de confirmar suas suspeitas, mas um paper completo com este experimento foi publicado e revisado no jornal científico Matter and Radiation at Extremes, ligado ao American Institute of Physics.
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Fonte: Olhar Digital
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