Em dezembro do ano passado, véspera de Natal, o snowboarder e piloto Trevor Jacob subiu no YouTube um vídeo no qual sobrevivia a um acidente possivelmente fatal. Foi em um avião de lazer Taylorcraft BL-65, um modelo clássico de 1940, mantido em ação por 82 anos, até ser adquirido por ele.
No vídeo, Trevor, que tem 28 anos e representou os EUA nas olimpíadas de inverno de 2014 nas provas de snowboard, tem uma aparente pane do motor. Então ele, aos palavrões, em aparente desespero, salta de paraquedas, e o avião se choca com o solo.
A seguir, Trevor pousa de para-quedas, se arranhando, e nota que não tem quaisquer suprimentos para sobreviver. Encontra o avião destruído nas proximidades, e acaba resgatado por um agricultor local.
O “acidente” aconteceu na Floresta Nacional Los Padres, no sul da Califórnia. E, se estamos usando aspas, é porque não foi considerado um acidente por quem importa, a Autoridade Federal de Avião (FAA), dos EUA, que iniciou um processo contra o influencer.
Você consegue achar os erros no vídeo? Assista novamente.
Vídeo do avião é um jogo dos muitos erros
Aqui vai: Trevor já estava usando um paraquedas e abriu a porta do cockpit antes de o motor parar.
Também sequer tentou religar o motor, o que é um procedimento óbvio na situação. Ao responder à FAA, ele disse que se esqueceu. E também se esqueceu de chamar o controle de tráfego, outra ação obrigatória a qualquer piloto em pane.
E, no final de tudo, não tentou planar o avião e conduzi-lo a um espaço de pouso. No vídeo, há estradas de terra e um campo plano no qual ele mesmo anda, onde poderia pousar com perfeita segurança um avião como o em que estava, super leve e que pode parar em poucos metros.
Convenientemente, havia uma câmera na cauda do avião e outra na asa, em posição perfeita para capturar ele saltando. E Trevor também tinha uma câmera consigo para filmar o avião caindo e a si próprio, com um pau de selfie. Tudo numa situação de emergência, de vida ou morte.
Quando ele atinge o solo, o que faz é ir até às ferragens, potencialmente perigosas, e resgatar as câmeras no avião. Por fim, há a incrível coincidência de haver o tal agricultor estar bem lá para salvar sua pele.
A conclusão da FAA é que foi tudo uma farsa para ganhar likes. Ninguém pode destruir um avião de propósito, mesmo se de sua propriedade, desse jeito: há um grande risco para as pessoas em solo, ou um incêndio florestal. Quando aviões são destruídos intencionalmente, como em filmes ou testes militares, eles têm autorização para isso, em um ambiente controlado.
Na carta cassando o brevê de Trevor, A FAA afirmou: “Você demonstrou uma falta de consideração, julgamento e responsabilidade ao decidir pular de de um avião para gravar imagens da queda. Suas ações flagrantes e intencionais nessas datas indicam que você atualmente não tem os graus de consideração, julgamento e responsabilidade necessários para ser portador de um brevê”.
Trevor pode receber ainda uma multa e ser processado criminalmente, indo parar na cadeia. Em seu canal, ele afirmou que “a verdade irá aparecer um dia e provar que eu estava certo”.
Já assistiu aos nossos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Fonte: Olhar Digital
Comentários