Embora tenha produzido mais de 300 mil carros no primeiro trimestre de 2022, a Tesla começa a enfrentar os problemas decorrentes da crise de semicondutores que se alastra pela indústria automotiva. Em teleconferência com investidores, realizada na última quarta-feira (20), o diretor financeiro Zach Kirkhorn afirmou que as diversas interrupções de fornecimento, incluindo paralisações na gigafábrica de Xangai, foram o principal motivo por trás do congelamento no crescimento da empresa neste ano.
Kirkhorn se refere ao fato de, pela primeira vez desde o início da pandemia, a produção da Tesla no primeiro trimestre do calendário ter caído — ainda que 305.407 unidades tenham saído da linha de montagem.
“Perdemos cerca de um mês de volume de construção na nossa fábrica de Xangai”, disse o executivo, durante a teleconferência. “A produção está sendo retomada em níveis limitados e estamos trabalhando para voltar à capacidade total o mais rápido possível.”
A Tesla planeja fabricar em torno de 1,5 milhão de veículos em 2022. Para o CEO Elon Musk, a produção deve seguir na mesma durante o segundo trimestre, mas voltará a um patamar positivo nos últimos seis meses.
Além disso, o executivo também pediu para que as empresas na indústria de mineração invistam na extração de lítio e, assim, encurtem a lacuna entre oferta e demanda. “Precisaremos ajudar a indústria nessa frente”, disse Musk. “Eu certamente encorajaria os empreendedores à procura de oportunidades para entrar na indústria do lítio. As margens de lítio agora se tornaram margens de software.”
Aquisição de empresa de mineração pode ser solução para a Tesla
Há algum tempo, o CEO da Tesla vem reclamando no Twitter sobre a alta no preço do lítio e acenando uma entrada na indústria da mineração para driblar a crise dos semicondutores. De fato, neste ano, os preços do metal alcalino subiram mais de 80% em meio à turbulência comercial em Londres e à guerra entre Rússia e Ucrânia.
No entanto, instalar um processo de extração de minério do zero não é tão fácil quanto Musk assinala e analistas da indústria acreditam que o caminho menos tortuoso para a Tesla provavelmente seriaa aquisição de uma companhia. “Se a administração levar a sério a entrada no setor do lítio, achamos que a rota mais provável seria a aquisição de uma empresa existente”, explicou o analista da Morningstar, Seth Goldstein, à Reuters.
Atualmente, a Tesla está construindo uma planta de processamento de lítio no Texas e, para afinar o trabalho, precisará de uma refinaria de níquel — um insumo essencial para a produção de baterias.
Para isso, a empresa planeja comprar 75 mil toneladas de concentrado de níquel do projeto de mina Tamarack, proposto pela Talon Metals em Minnesota a partir de 2026. Dois anos atrás, Elon Musk pediu à indústria de mineração que produzisse níquel “de forma ambientalmente sensível” e a Talon se ofereceu para atender a solicitação.
Crédito da imagem principal: Tesla/Divulgação
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Fonte: Olhar Digital
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