Com uma das maiores populações indígenas do Brasil, Mato Grosso do Sul tem desenvolvido importantes políticas públicas educacionais que atendem jovens e crianças indígenas da educação básica até a universidade.
Segundo o subsecretário de Políticas Públicas para População Indígena do Estado, Fernando Souza, os avanços têm chegado a cada vez mais pessoas. “Saímos de um patamar bastante baixo em relação à estrutura e número de alunos atendidos pelo Estado. E avançamos quase 100% nos últimos sete anos. Atualmente temos 18 escolas construídas dentro de territórios indígenas. São mais de 4 mil alunos atendidos pelo Estado dentro das áreas indígenas. Outro diferencial: além de atender toda essa demanda de alunos, quase todos os profissionais, em torno de 95%, são formados pela mão de obra indígena, por professores indígenas”, destaca.
Entre os anos de 2015 e 2022 foram realizadas 19 intervenções em escolas indígenas, somando um investimento de R$ 4,6 milhões. Essas escolas receberam reformas gerais, adequações nas redes elétrica e hidráulica, pinturas novas e também obras de acessibilidade, segundo a SED (Secretaria de Estado Educação).
Recentemente, uma das melhorias foi entregue na Terra Indígena Kadiwéu, localizada em Porto Murtinho. Na comunidade, o governador Reinaldo Azambuja entregou as obras de construção da Escola Estadual Indígena Antônio Alves de Barros, que fica na aldeia de mesmo nome, e da Escola Estadual Indígena Córrego do Ouro, instalada na Aldeia Córrego do Ouro-Terra. Juntas, as duas escolas têm capacidade para atender 720 alunos.
Ao todo, as escolas indígenas da Rede Estadual de Ensino atendem 4.082 estudantes nas turmas de Ensino Fundamental, Médio e programas como o Avanço do Jovem na Aprendizagem (AJA) e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Formação profissional
Além de garantir a formação básica de crianças indígenas, o Governo do Estado também tem propiciado a formação acadêmica dos jovens com o programa “Vale Universidade Indígena”, que paga uma bolsa mensal para manter o aluno na instituição de ensino, seja pública ou privada.
“São mais de mil acadêmicos hoje nas universidades. É um grande número, significativo. Dentro do Governo existe essa política de apoio de permanência aos acadêmicos indígenas para que eles consigam se sustentar e se manter dentro das universidades, concluir seus cursos e se tornar profissionais”, fala Fernando Souza.
De 2015 a 2021, mais de 80 alunos se formaram na faculdade com o apoio do programa. Entre aqueles que estão estudando com auxílio do “Vale Universidade Indígena” está a jovem terena Larissa Ortega da Silva, que cursa o 3º ano de Pedagogia na UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul). “A bolsa do vale é uma ajuda de custo muito importante para eu me manter na faculdade”, disse a indígena que saiu de Corumbá para estudar em Campo Grande.
Bruno Chaves, Subcom
Fotos: Arquivo
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