Em carta, o chanceler nicaraguense disse que vão deixar todos os mecanismos enganosos desta ‘aberração’; intenção de retirada já tinha sido anunciada no final de 2021
O governo de Daniel Ortega fechou no domingo, 24, o escritório da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Manágua e adiantou a saída dos representantes nicaraguenses da organização. O anúncio foi feito pelo chanceler nicaraguense, Denis Moncada, que informou que o país vai deixar imediatamente de participar da OEA e retirar as credenciais de seus representantes em Washington. “Tampouco essa organização infame, consequentemente, terá escritórios em nosso país. Sua sede local foi fechada”, disse. “A Nicarágua expulsa a Organização dos Estados Americanos”, acrescentou.
Em carta lida em uma transmissão oficial, Moncada disse que “a partir desta data” a Nicarágua deixa de fazer parte “de todos os mecanismos enganosos desta aberração, seja Conselho Permanente, sejam comissões, sejam reuniões, seja a Cúpula das Américas”. Após o anúncio, policiais foram deslocados para “proteção” nos arredores do que era a sede da OEA em Manágua, segundo fotos e vídeos divulgados pela imprensa estatal. A secretária da OEA denunciou a “ocupação ilegítima” de seus escritórios, que descreveu como uma violação das normas internacionais, segundo um comunicado divulgado na internet. “Não teremos presença em nenhuma das instâncias desse instrumento diabólico da mal chamado OEA”, assegurou.
Os escritórios da OEA “estiveram historicamente em nosso país e fizeram parte de um processo histórico de pacificação na Nicarágua. Foram fechados escritórios que representam os acordos de paz na Nicarágua. O governo está fechando uma porta para a paz”, acrescentou. A intenção de retirada da Nicarágua da OEA já tinha sido anunciada no final de 2021. Entretanto, de acordo com os protocolos, a saída deveria ocorrer no prazo de dois anos, para que a Nicarágua pudesse cumprir os compromissos pendentes que pudesse ter com a organização. “Por enquanto, a Nicarágua é membro pleno e deve cumprir todos os seus compromissos”, lembrou a organização, que exigiu do governo “respeito às obrigações que regem atualmente sua relação com a OEA”, afirma um comunicado.
*Com informação da AFP
Fonte: Jovem Pan News
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