Presidente nacional da legenda busca lançar candidatura independente; ele desconversou sobre possibilidade de apoio a Lula ou Bolsonaro em um eventual segundo turno
Evento da educação em São Paulo que reuniu políticos de todo o Brasil serviu, na última terça-feira, 26, de mobilização para as eleições de 2022. A bola da vez no momento foi o PSD. O partido está em busca de um nome para lançar candidatura própria para concorrer à Presidência da República. O presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, descarta se unir a outros partidos, como MDB, PSDB, União Brasil e Cidadania, para lançar um único nome da terceira via. “A ideia é não coligar se nós não tivermos candidato próprio. Se não tivermos candidato próprio, não [vamos] fazer coligação”, declarou Kassab.
Questionado sobre um possível segundo turno entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), que ainda polarizam o cenário da política para as eleições, o presidente do PSD desconversou sobre a possibilidade de apoio a um deles. “Eu aprendi em quase 30 anos de vida pública que há perguntas que não têm resposta. Eu estou na tese da candidatura própria”, disse.
No mesmo evento, o ex-ministro da Educação do governo Lula, Aloísio Mercadante (PT), afirmou que o momento é de conversar com os partidos que não vão lançar candidaturas próprias. “Nós temos que aguardar a definição desses partidos, mas aqueles que não tiverem uma candidatura própria, nós vamos disputar voto a voto, apoio a apoio e vamos andar esse país. O Lula sempre amassou muito barro, vamos ter muitos comícios, contato com o povo. E essa liderança dele, que é muito consolidada, e a experiência política e o projeto de futuro, o legado que ele representa, seguramente vão ampliar muito o apoio dentro desses partidos, mesmo que, eventualmente, não tenha uma formalização”, disse.
Mercadante falou também que deve assumir a coordenação da campanha presidencial do ex-presidente Lula. Ele disse que espera que Franklin Martins continue ajudando o Partido dos Trabalhadores nas eleições de 2022. A saída do chefe da comunicação da campanha de Lula é dada como certa nos bastidores por conta do desgaste e também da falta de diálogo com os antigos caciques do partido. A permanência de Martins no posto ficou fragilizada depois da demissão do marqueteiro Augusto Fonseca, cuja contratação foi liderada por ele.
O tema da educação, principal assunto do evento, está em evidência devido à crise no Ministério da Educação (MEC) envolvendo o ex-ministro do governo Bolsonaro, Milton Ribeiro, que segue na mira da Polícia Federal. O episódio recente em que uma arma de fogo de Ribeiro foi disparada acidentalmente no aeroporto de Brasília também reacendeu o debate sobre o transporte desses equipamentos durante o evento em São Paulo. Marina Silva (Rede) se posicionou sobre o caso: “Talvez o que mais as pessoas estejam lembrando agora é que um ex-ministro de educação disparou uma arma porque era portador de uma arma. E isso é algo terrível na realidade social, econômica, cultural do nosso país. Inclusive tentar usar o dinheiro da cultura para ações de estimular a compra de armas”.
Representantes da educação criticaram a falta de presença de integrantes do MEC no evento. Gabriel Corrêa, líder de políticas educacionais do movimento Todos Pela Educação, relatou a dificuldade de diálogo com o ex-ministro Milton Ribeiro em buscar uma agenda para minimizar as desigualdades do ensino no Brasil. “O governo federal hoje é completamente omisso no que diz respeito aos reais desafios que Estados, municípios e suas escolas estão passando. Abdicaram totalmente de qualquer diálogo com a sociedade civil, com prefeitos e governadores e tem suas pautas eleitorais e puramente ideológicas. É uma pena! A gente precisa de um ministério muito mais ativo, muito mais coordenador e que ajude Estados e municípios a realmente superarem os seus desafios para a gente avançar na qualidade da educação brasileira”, disse Corrêa.
Geraldo Alckmin (PSB), que hoje é pré-candidato a vice-presidente da República na chapa com Lula, Márcio França (PSB), postulante ao governo de São Paulo, e João Amoêdo (Novo), fundador do Partido Novo, também discutiram e tentaram apresentar soluções para a educação no país. João Doria (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) participaram do evento por vídeo, já que estavam cumprindo agenda de pré-campanha em outros estados.
*Com informações do repórter Maicon Mendes
Fonte: Jovem Pan News
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