A necessidade de isolamento decorrente da pandemia da Covid-2019, trouxe a conectividade para o centro da atenção no segmento da saúde suplementar, tornando peça-chave na nova forma de realizar atendimentos e pensar em estratégias no mundo da saúde privada. A transformação, já em andamento e no planejamento de diversas instituições, foi acelerada e colocada em prática e não há dúvidas de que a tecnologia vem proporcionando muitas transformações desde o início da pandemia. A área da saúde, em especial, foi fortemente impactada, uma vez que as operadoras, médicos e instituições tiveram de lidar com uma alta demanda de atendimento emergencial, e a saída, para suprir este cenário foi o investimento em tecnologias que, passados dois anos, ainda seguem em ascensão, como por exemplo a telemedicina.
O impacto da digitalização na saúde para as operadoras
Antes do cenário pandêmico, a maioria das operadoras ainda utilizavam muito papel em todos os seus processos. Com a aceleração da digitalização, o conceito “paperless” foi amplamente difundido no segmento e trouxe uma série de facilidades para as operadoras, que na prática conseguem eliminar o papel no seu dia-a-dia, seja na área de regulação, de contas médicas, ou até mesmo no caso de autorizações de exames, procedimentos ou internações.
Isto porque, atualmente, existem sistemas que realizam esta interface entre hospital e operadora de forma que toda instituição consiga solicitar autorizações de um determinado procedimento dentro de uma única plataforma. Este processo certamente representa uma jornada de mudança dentro de uma operadora que abrange desde os modelos de negócio até impactos diretos ao paciente.
No que diz respeito à digitalização nas operadoras de saúde, existem ainda, outras tendências, como, por exemplo, o surgimento de novas plataformas, a fim de obter dados clínicos para desenhar melhores cuidados que permitam uma análise mais estratégica por parte da instituição. Além disso, recursos tecnológicos como os chatbots, por exemplo, permitiram mais otimização de processos e redução de esforço operacional no atendimento aos beneficiários.
A digitalização trouxe consigo ainda, a possibilidade de estar em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrou em vigor em setembro de 2021, uma vez que, trabalhando com plataformas tecnológicas e eliminando o papel, é possível garantir toda a rastreabilidade de documentos. Novas soluções de cloud para a saúde vieram ainda para substituírem o armazenamento físico, sendo possível eliminar os servidores de dentro das operadoras e proporcionar diminuição no custo relacionado a infraestrutura.
Outra tendência trazida às operadas está relacionada à tecnologias como big data, para que as mesmas obtenham ecossistemas integrados, ampliando a capacidade na coleta e processamento de dados e ajudando os decisores a obterem uma tomada de decisão mais estratégica.
Desta forma, a inovação gerada por tecnologias disruptivas proporcionou inúmeras facilidades às operadoras, como a otimização de processos, redução de custos e segurança da informação, além da gestão de saúde do paciente, com enfoque não apenas na qualidade de vida, mas também na redução de custo e da sinistralidade da operadora, promovendo assim a sustentabilidade do segmento de saúde.
Saúde na palma da mão: benefícios aos médicos e pacientes
O advento da Teleconsulta foi outro assunto muito debatido durante a pandemia, pois, há pouco tempo, ainda não estava regulamentada no Brasil. Atualmente, por meio de plataformas modernas, o paciente consegue além de agendar consultas, realizá-las de maneira virtual, via mobile, abrindo portas para a difusão do conceito “saúde na palma da mão”.
Com tantas mudanças, os pacientes não precisam, em alguns casos, irem presencialmente ao médico, o que gerou a este público ainda mais comodidade e melhor acesso à rede credenciada. Além disso, é importante destacar toda a segurança do processo de atendimento virtual e não presencial e, ainda, a questão de adesão ao tratamento, uma vez que, novas tecnologias incentivam o paciente a se manter em tratamento e dar continuidade a ele. Do lado dos médicos, com a digitalização, fica mais fácil acompanhar a jornada do paciente.
É fato que com tantos benefícios para todas as pontas do ecossistema da saúde é quase impossível ficar de fora de tanta inovação. O que falta, especialmente por parte das operadoras, é ampliar os investimentos em novas tecnologias e priorizar esta pauta dentro das organizações.
Rodrigo Fernando Nunes Garcia é Head de Mercado e Produto da Benner
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Fonte: Olhar Digital
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