Os cientistas brasileiros do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) junto com a Fundação de Medicina Tropical (FMT), irão desenvolver uma nova vacina para a malária. Neste momento, o projeto da pesquisa está em fase pré-clínica e já foi aprovado pelo Fundo Global de Tecnologia Inovadora em Saúde (GHIT), do Japão.

O objetivo da iniciativa é desenvolver um imunizante capaz de atacar o Plasmodium vivax na fase sanguínea da infecção e impedir a transmissão para o vetor. Isso porque o parasita é transmitido por meio da picada do mosquito Anopheles.

Com coordenação do pesquisador Shigeto Yoshida, da Universidade de Kanazawa, a equipe possui outros parceiros: as universidades de Hokkaido, Kyoto, Toyama e Jichi Medical University, do Japão, e a Universidade de Cambridge, do Reino Unido.

A vice-diretora de Pesquisa da Fiocruz Amazônia, Stefanie Lopes, explicou que atualmente a Fundação disponibiliza de uma plataforma para a realização de ensaios para testagem de substâncias, assim como novas formulações de vacinas para a malária causada pelo Plasmodium vivax.

Se os testes em laboratório forem bem, demonstrando a eficácia do composto, ela deverá também incrementar a plataforma com o ensaio in vitro contra o estágio hepático do parasita. “É um trabalho de suma importância, visto que um dos grandes gargalos para o controle da malária vivax reside na existência de um estágio latente no fígado, o hipnozoito, que é responsável pelo reaparecimento da doença sem a necessidade de uma nova picada do mosquito infectado”, afirmou Lopes.

Chikungunya
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Os medicamentos disponíveis para atacar este estágio do parasita, a primaquina, e o seu substituto em dose única, a tafenoquina, não podem ser utilizados de forma ampla por conta dos efeitos colaterais em pessoas, como gestantes, completou a pesquisadora.

Vale lembrar que no ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou a primeira vacina contra a malária. O imunizante contou com a autorização de uso, depois do sucesso dos programas piloto de imunização em Gana, Quênia e Malauí.

OMS libera vacina contra a malária para crianças

Organização Mundial de Saúde liberou o uso da primeira vacina contra a Malária em crianças nesta quarta-feira. O imunizante que ficou em desenvolvimento por 30 anos deve ser usado em regiões com alta transmissão da doença, em especial no continente africano.

A Malária é responsável pela morte de mais de 260 mil crianças por ano em países da África. A produção do imunizante vai começar na Índia, mas a ideia é que a tecnologia seja compartilhada com mais países.

A vacina conhecida por enquanto como “RTS S/AS01” deve ser usada em crianças a partir dos cinco meses de idade em um esquema de 4 doses. Além de prevenir a doença, ela é capaz de reduzir os sintomas em quem for contaminado após a aplicação. O produto foi testado em Gana, Quênia e Malaui e os estudos devem continuar.