Uma camada rochosa tida como “estranha” foi encontrada por geólogos na região do Monte Sharp, na Cratera Gale, em Marte. “Estranha”, pois ela se apresenta de forma diferente de outras sedimentações normalmente encontradas na área.
De acordo com um novo paper publicado no Journal of Geophysical Research: Planets, a pesquisadora sênior do Instituto de Ciências Planetárias, Catherine Weitz, identificou uma formação rochosa mais lisa, escura, achatada e resistente – a região do Monte Sharp, uma elevação geológica de mais de 5 quilômetros (km) na cratera, normalmente apresenta rochas irregulares, ásperas e compostas de sulfatos variados.
Como essa formação é mais escura e mais fácil de ser identificada em análises tanto do rover como de outros mecanismos da NASA posicionados em Marte, ela vem sendo referida pelo time de pesquisa como “Horizonte de Marcação”.
Esses horizontes não são exatamente uma novidade: basicamente, eles podem ser marcadores de um período antigo, quando a atividade geológica da região era diferente; ou ainda de algum evento climático de alto grau – na Terra, por exemplo, marcadores do tipo sempre aparecem em zonas de erupção vulcânica. Especialistas em geologia conseguem usar esses marcadores para determinar a ocorrência de eventos específicos em períodos específicos.
“Algum evento ocorreu dentro da Cratera Gale durante o depósito de sedimentos de sulfato que resultaram em uma unidade rochosa diferente. O horizonte de marcação é distinto em sua aparência das formações acima e abaixo dele, o que indica uma mudança ambiental ocorrida em um breve período de tempo, como um período mais seco ou talvez algo regional como uma erupção explosiva de um vulcão próximo que depositou cinzas por uma ampla área, incluindo a cratera”, disse Weitz.
As observações foram feitas pelo Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), mas esses estudos estão perto de serem amplificados por uma capacidade mais in loco: o rover Curiosity, em trânsito pela Cratera Gale, deve passar pela mesma região nos próximos meses – um golpe de sorte para a equipe liderada por Weitz.
“Atualmente, o rover está a aproximadamente 700 metros [m] do horizonte de marcação. A sua exploração pelo Curiosity nos permitirá conduzir análises mais detalhadas de suas propriedades de sedimentação, incluindo tamanhos dos grãos, estruturas internas, texturas e composição química”, disse a especialista.
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Fonte: Olhar Digital
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