Menina inglesa de três anos desapareceu em Portugal em 2007; homem indiciado já foi condenado por outros casos
O alemão Christian B., de cerca de 45 anos, foi indiciado como suspeito formal do desaparecimento de Madeleine McCann, ocorrido em Portugal em 2007. O caso completa 15 anos nesta terça, 3, data em que estaria totalmente prescrito, se Christian não tivesse sido acusado formalmente pelas autoridades portuguesas há duas semanas. Christian atualmente cumpre uma pena de sete anos na prisão de segurança máxima de Oldenburg, no norte da Alemanha, pelo estupro de uma americana de 72 anos. Ele também é apontado pela polícia como um pedófilo reincidente, que tem condenações por abuso sexual contra crianças, e viveu em em uma cabana alugada no arredores da Praia da Luz, onde Madeleine desapareceu, entre 1995 e 2007.
Segundo autoridades alemãs e portuguesas, ele pode estar envolvido em outros casos: o desaparecimento de Inga Gehnricke, de 5 anos, em uma floresta de Stendal, a oeste de Berlim (Alemanha), em 2015; o desaparecimento de René Hasse, de 6 anos, no Algarve (Portugal), em 1996; o desaparecimento de Joana Cipriano, de 8 anos, na vila de Figueira, perto da praia da Luz, no Algarve, em 2004; o desaparecimento do menino português Jair Soares, 7 anos, em uma praia da Holanda, em 1995; o assassinato de Carola Titze, alemã de 16 anos encontrada morta na Bélgica com o corpo mutilado, em 1996; a morte de um menino de 13 anos, em Frankfurt, em 1998; a agressão sexual a uma menina de 10 anos na região do Algarve, em 2007, poucas semanas antes do desaparecimento de Madeleine, e o estupro de uma menina irlandesa, em 2004, no Algarve.
O suspeito nega qualquer envolvimento. O advogado de Christian, Friedrich Fülscher, disse ao jornal alemão ‘Bild’, que ainda sem conhecer exatamente o ordenamento jurídico português, assume que o indiciamento seja um truque para evitar a prescrição. O Ministério Público de Portugal negou, afirmando que há fortes indícios. Jim Gamble, um ex-policial inglês que liderou uma revisão do caso em 2010, afirmou à ‘BBC’ que um telefone atribuído a Christian indica que ele esteve na área onde Madeleine desapareceu dentro de um intervalo de 30 minutos. De acordo com a imprensa alemã, os investigadores encontraram trajes de banho infantis no trailer no suspeito e vários dispositivos USB com milhares de imagens de pedofilia, algumas nas quais ele próprio aparecia, escondidos onde ele havia enterrado seu cachorro. Agora, ele passará por um processo em Portugal.
A inglesa Madeleine tinha três anos e estava de férias com a família na Praia da Luz, um destino turístico no sul português; os pais a deixaram dormindo no quarto de hotel com os dois irmãos mais novos e saíram para jantar com amigos, voltando em intervalos periódicos para olhar as crianças. Numa dessas vezes, a mãe de Madeleine notou que a menina havia sumido. As buscas foram iniciadas na região, mas não deram resultado, e as investigações se prolongaram por anos com participação de autoridades de Portugal e do Reino Unido, e, posteriormente, da Alemanha. Os pais de Madeleine chegaram a ser citados como suspeitos, mas depois foram descartados. O nome de Christian foi citado algumas vezes, e, em 2020, os investigadores alemães o apontaram como possível suspeito, o que foi aceito pelo Ministério Público português em abril de 2022.
Fonte: Jovem Pan News
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