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Brasil aparece em 110º lugar em ranking de liberdade de imprensa de ONG

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Relatório aponta deterioração nas relações entre o governo e a imprensa como uma das principais razões para a classificação ruim; China apresentou maior queda ao passar do 80º para o 148º posição

A organização Repórteres Sem Fronteira (RSF) divulgou a edição de 2022 de sua classificação mundial da liberdade de imprensa. Dos 180 países avaliados a cada ano, o Brasil ficou na 110º colocação. A quantidade de país onde a situação é “muito grave” passou de 21 para um recorde de 28. Cuba, Honduras, Venezuela, Rússia e Coreia do Norte são alguns dos locais que ocupam os piores lugares do ranking. Segundo o relatório, no Brasil, as relações entre o governo e a imprensa se deterioraram significativamente, desde a chegada ao poder do presidente Jair Bolsonaro, que ataca regularmente jornalista e a mídia em seus discursos.

De acordo com a ONG, 73% dos 180 países avaliados a cada ano são caracterizados por situações consideradas “muito graves”, “difíceis” ou “problemáticas” no que diz respeito à liberdade dos jornalistas ao desempenhar seu trabalho. A Rússia, que atualmente está em uma guerra com a ucrânia e todos sabem que os conteúdos de lá são decididos pelo governo, ocupa a 155º posição. “A criação de um arsenal midiático em alguns regimes autoritários priva os cidadãos de seu direito à informação e contribui para um aumento das tensões internacionais que podem levar às piores guerras”, afirma o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire. Apenas oito países – incluindo Portugal e Costa Rica – apresentam uma “boa situação”, contra 12 em 2021. A RSF destaca uma “polarização de dois níveis”, entre países e dentro destes, estimulada pelo “aumento da força dos circuitos de desinformação” nas sociedades democráticas e pelo “controle dos meios de comunicação nos regimes autoritários.

O país que registrou a queda mais forte foi na lista de liberdade de imprensa foi a China, ao passar do 80º para o 148º lugar na classificação. “É a queda mais expressiva do ano, mas é totalmente merecida pelos constantes ataques à liberdade de imprensa e o lento desaparecimento do Estado de Direito em Hong Kong”, declarou Cedric Alviani, diretor da RSF. A China, 1775º) “utiliza seu arsenal legislativo para confinar sua população e isolá-la do resto do mundo, especialmente em Hong Kong”, que registrou forte queda na lista de liberdade de imprensa, ao passar do 80º para o 148º lugar na classificação, ao aplicar uma lei “draconiana” de segurança para silenciar os meios de comunicação críticos e deter os jornalistas.

Na América Latina, a RSF lamenta que os jornalistas trabalhem em um ambiente “cada vez mais venenoso e tóxico”. “A desconfiança na imprensa, alimentada pela retórica antimídia e pela banalização dos discursos estigmatizantes dos políticos”, especialmente no Brasil – 110º, Cuba – 173º, Venezuela -159º, Nicarágua – 160º e El Salvador – 112º, ganhou mais espaço. “Os ataques públicos, cada vez mais visíveis e virulentos, minam a profissão e incentivam processos judiciais abusivos, campanhas de difamação e intimidação – especialmente contra as mulheres – e assédio online a jornalistas críticos”, completa a organização. Com pelo menos sete jornalistas assassinados em 2021, o México permanece como o país mais violento do mundo para a imprensa e ocupa a posição 179 de 180 na classificação de segurança. A colocação geral fica da seguinte forma: Noruega, Dinamarca e Suécia são os melhores destinos. Irã, Eritreia e Coreia do Norte são os destinos menos seguros.

Fonte: Jovem Pan News

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