Ao contrário de outras tecnologias, os trajes dos astronautas evoluíram muito pouco desde que houve a primeira missão espacial rumo à Lua, em 1969. De lá para cá, houve pouquíssimos avanços para amenizar a sensação desconfortável comparada a estar dentro de um balão pressurizado. Mas isso pode mudar graças a um projeto conduzido pelos pesquisadores Ana Diaz Artiles e Logan Kluis, ambos do Departamento de Engenharia Aeroespacial da Texas A&M University. Eles estão desenvolvendo um traje batizado de SmartSuit. Segundo os cientistas, seria uma nova arquitetura mais confortável e segura para a atividade extraveicular (EVA) em superfícies planetárias.  

Entenda como seria o novo traje  

Segundo o projeto, o novo traje teria como vantagens maior mobilidade, mais segurança e interação entre o ambiente e o astronauta. 

Os primeiros protótipos contam com uma robótica suave para as articulações do joelho, usando pressão de gás para expandir as câmaras internas, fazendo com que elas se dobrem. 

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Os protótipos de atuadores assistivos robóticos suaves funcionam usando pressão de gás para expandir as câmaras internas, fazendo com que elas se dobrem. Imagem: Texas A&M Engenharia

Assim, com um material macio, a adaptação é bem mais rápida ao corpo humano, o que cria um um ajuste mais confortável, reduzindo consideravelmente o risco de lesões.

“O traje espacial foi projetado para condições de microgravidade, possibilitando que os astronautas andem, dobrem as pernas, se ajoelhem, peguem pedras, enfim, a mobilidade é bem melhor em comparação às roupas utilizadas atualmente pelos cosmonautas. Isso será um grande avanço para auxiliar nas pesquisas científicas, trazendo mais mobilidade na parte inferior do corpo”, disse Kluis.  

Além de ser mais confortável, o novo traje também reduziria o risco de doença descompressiva e a necessidade de pré-respirar oxigênio puro antes de vesti-lo. Outro benefício constatado é que os astronautas gastam menos energia para se movimentarem, o que poderá ser bem útil tanto nas missões científicas quanto nas viagens turísticas espaciais.  

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Os protótipos de atuadores assistivos robóticos suaves funcionam usando pressão de gás para expandir as câmaras internas, fazendo com que elas se dobrem. Imagem: Pat Pataranutaporn / Texas A&M Engenharia

Menor pressão

A pressão da atmosfera é de cerca de 14,7 libras por polegada quadrada (psi). O traje espacial atual fornece cerca de 4,3 psi, o que empurra o corpo do astronauta e contribui para o efeito balão. 

Mas se uma camada robótica de corpo inteiro pudesse fornecer 1,0 psi, por exemplo, haveria uma redução na quantidade necessária para o traje para apenas 3,3 psi, ou seja, menos pressão e mais mobilidade. Eis a ideia do projeto. 

“Imagine usar uma Under Armour bem justa ou uma legging bem justa. Essa pressão pressionando seu corpo substituiria ou adicionaria a pressão do gás”, disse Kluis. “Então a ideia com o SmartSuit é que ele usaria tanto a pressão mecânica quanto a pressão do gás.” 

Via: Texas Today

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